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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Agência Brasil - Moradores esperam que indústrias levem melhorias para Três Rios - Direito Público

 
2 de Abril de 2009 - 06h35 - Última modificação em 2 de Abril de 2009 - 06h35


Moradores esperam que indústrias levem melhorias para Três Rios

Vitor Abdala
Enviado Especial

 
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Três Rios (RJ) - O meio de transporte usado por Rafael Nascimento Santos, 22 anos, é a bicicleta. É sobre duas rodas que ele chega ao emprego em uma fábrica de telhas de metal. Mesmo com a expansão industrial ocorrida a partir de 2003, Três Rios ainda tem vida pacata, o que permite a uma parte da população ir de bicicleta para o trabalho.

Há um ano e meio, Rafael trabalha como operador de ponte rolante, uma espécie de guindaste que se move sobre um eixo para transportar cargas. Ele é um dos mais de 3 mil moradores de Três Rios empregados pela recente onda de industrialização no município.

Rafael estava desempregado quando foi contratado há um ano e meio por uma indústria instalada no município. O operário precisou ser capacitado para operar o máquina e diz que isso lhe trouxe boas alternativas profissionais.

“Essas empresas são boas para as pessoas que estão correndo atrás de emprego. Isso gera mais possibilidade de a pessoa trabalhar e até aprender uma profissão, como foi meu caso. Como fiz esse curso de operação de ponte rolante, ainda tenho chance de arrumar um emprego melhor fora daqui nessa área”, disse o operador de máquina.

A exemplo de Rafael, João Carlos Rodrigues Fernandes, 29 anos, foi contratado por uma indústria do ramo químico há oito meses. Em cima da bicicleta que também usa para ir ao emprego, ele contou à Agência Brasil que viu na empresa instalada recentemente uma oportunidade de crescer profissionalmente.

“Essas empresas [que chegaram a Três Rios] dão mais oportunidade para o funcionário crescer profissionalmente. Eu estou lá há pouco tempo, mas espero crescer dentro dela”, comentou.

A líder comunitária Jeanete do Carmo Aguiar, presidente do Conselho Municipal de Associações de Moradores de Três Rios, aposta na industrialização para reverter as taxas de desemprego do município, consideradas altas por ela. “Nossa expectativa é de que pelo menos 50% desses desempregados possam ter alguma coisa para fazer nessas empresas. A gente precisa muito de emprego aqui.”

O fantasma do desemprego é algo que ainda assombra os moradores de Três Rios. Afinal, não faz muito tempo que a economia da cidade passou por um longo período de decadência, muito pior do que o cenário criado hoje pela crise econômica mundial.

Há 20 anos, Três Rios tinha sua economia dependente basicamente de uma única indústria, a fabricante de vagões ferroviários Santa Matilde, uma das principais empresas do setor no Brasil. Depois de enfrentar dificuldades durante a década de 80, a indústria teve que fechar as portas em meados dos anos 90.

Com a falência da empresa, que empregava mais de 4 mil pessoas, o município entrou em colapso. Mas não foi só isso. Logo após a falência da Santa Matilde, outras duas grandes indústrias da cidade também fecharam. Naquele período, as obras da BR-040 chegavam ao fim, e o canteiro, que funcionava na cidade, também teve que ser desmontado.

“Realmente, a cidade passou por um momento bem difícil. E o comércio ficou até 2003 e 2004 como sendo a principal atividade econômica da cidade”, conta o secretário municipal de Indústria e Comércio, Júlio César Freitas.

Talvez por isso Valter Ferreira Filho, outro líder comunitário que já foi funcionário da Santa Matilde, defenda as novas indústrias. “Três Rios está de vento em popa. É disso que estamos precisando. As pessoas falam: ‘mas nós vamos sofrer com outras coisas’. Podem até ocorrer impactos negativos, mas isso faz parte do crescimento. Três Rios é uma cidade preparada até porque já tem um passado industrial.”

Apesar de ver a chegada das novas empresas como uma fonte de criação de empregos, a líder comunitária Jeanete Aguiar tem receios. “O meu medo é que haja uma explosão demográfica, com muita gente de fora vindo para Três Rios. Mas, desde que elas venham com bom senso e cordialidade, vamos abraçar essas pessoas.”

Um dos desafios da cidade é preparar a mão-de-obra local para não ter que atrair trabalhadores de outras regiões do estado. Essa tarefa é responsabilidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), coordenado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

“Neste momento, há 300 alunos sendo capacitados aqui em Três Rios. Quando recebemos uma empresa nova, informamos aos alunos as oportunidades que ela está abrindo e quais são as demandas futuras de profissionalização. Temos, por exemplo, alunos da área de elétrica que sabem que no final de 2009 virá uma empresa que precisará de operadores de empilhadeira. Então, eles fazem o curso de empilhadeira, porque querem se colocar no mercado”, afirma a gerente local da Firjan, Dannielle Pereira.




 


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