1 de Fevereiro de 2010 - 17h45 - Última modificação em 1 de Fevereiro de 2010 - 17h45
Advogado quer ação em tribunal internacional contra peruanos que cobraram para salvar turistas
Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
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Rio de Janeiro - As denúncias de brasileiros de que policiais peruanos cobraram US$ 500 por pessoa para resgatá-las antes de outras, provocaram a indignação dos 62 viajantes que desembarcaram do Hércules C130 da Força Aérea Brasileira (FAB) na madrugada de hoje (1º), no Rio de Janeiro, e de defensores de direitos humanos. O resgate ocorreu na região de Cuzco, nos Andes peruanos, que ficou ilhada pelas fortes chuvas da semana passada.
O advogado carioca, Modesto da Silveira, defensor dos direitos humanos há quatro décadas, propôs a abertura de ações judiciais no Peru e em tribunais internacionais, para investigar o caso.
“Há certos privilégios, se assim podemos definir, aceitos pela humanidade em toda parte do mundo: crianças têm prioridade sempre, por serem indefesas e mais leves, ou seja, são mais facilmente resgatáveis e em maior número do que adultos”.
Fotos feitas pela advogada Flávia Faria, integrante de um grupo que visitou Macchu Picchu e foi resgatado em Águas Calientes, mostram turistas japoneses e norte-americanos com acesso privilegiado ao ponto de embarque nos helicópteros.
“Percebe-se que são cidadãos de países ricos, o que torna a discriminação ainda mais odiosa. O poder se impôs pelo dinheiro, salvando quem tinha 500 dólares, em prejuízo de outros turistas de outros países sem os mesmos recursos”.
Segundo Flávia Faria, os turistas brasileiros ficaram sabendo de que todos os hóspedes de um hotel de luxo foram resgatados antes de quem já aguardava pelo socorro. O guia que orientava seu grupo no passeio, Glaucius Miguens, acusou os policiais de exigir propina pelo resgate, mas ressalvou que a cobrança parou quando o Exército peruano assumiu a operação.
O ministro do Comércio e Turismo do Peru, Martín Perez, admitiu que maus funcionários exigiram dinheiro e conclamou a população a denunciá-los, mas tanto o reconhecimento quanto o apelo não são atenuantes, na opinião de Modesto da Silveira.
“Houve discriminação por corrupção, pessoal ou institucional. A comprovação deste crime é base para o questionamento jurídico em qualquer instância. O que eu lamento é que este episódio desvaloriza o turismo numa das regiões mais simbólicas em todo o mundo".
Edição: Rivadavia Severo![]()
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