29 de Agosto de 2009 - 16h22 - Última modificação em 29 de Agosto de 2009 - 17h07
Para selecionar alunos estrangeiros, Unila terá versão em espanhol do Enem
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os estudantes de países da América Latina que quiserem estudar na Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila) também terão que fazer uma versão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova está sendo adaptada para o espanhol a fim de selecionar os alunos da futura universidade, que aguarda aprovação do Congresso Nacional para começar a funcionar.
De acordo o presidente da Comissão de Instalação da Unila, Hélgio Trindade, o exame ocorrerá após a realização do Enem no Brasil e será aplicado em diferentes países. “Os alunos de fora do Brasil não serão submetidos a uma prova de conhecimento como ocorre normalmente, até porque esses países em geral não têm vestibular. Está sendo feita uma adaptação do Enem na sua concepção teórica que não é uma prova de conhecimento, mas para avaliar o nível de maturidade e aptidão dos alunos para seguirem na educação superior”, explicou Trindade.
O projeto da Unila prevê que 50% das vagas sejam destinados a brasileiros e o restante a alunos da América Latina. A mesma proporção se aplicará ao corpo docente. De acordo com Trindade, em 2010 a universidade deve receber cerca de mil alunos e aumentar o atendimento progressivamente.
Estão previstos de dez a 12 cursos, todos voltados para as questões latino-americanas. Segundo o presidente da comissão, não é interessante oferecer as graduações que já existem em outras instituições. “Vamos fazer, por exemplo, o curso de engenharia de macroinfraestrutura, de maneira que possamos pensar nos grandes gargalos no campo das construções na América Latina. Não queremos formar um engenheiro civil tradicional, mas focado nas grandes obras de que a região carece”, ressalta.
O campus da Unila funcionará em Foz do Iguaçu (PR), na Tríplice Fronteira. As aulas serão ministradas em português e espanhol. De acordo com Trindade, serão estabelecidas políticas para garantir a permanência de alunos estrangeiros no país. Isso porque, segundo ele, a intenção da Unila não é “formar a elite latino-americana”.
“Eles terão que se deslocar para o Brasil, precisamos assegurar a permanência com alguma espécie de bolsa para custear alimentação, transporte, de maneira que não haja restrições. Também estamos tentando construir uma residência estudantil para abrigá-los. Queremos uma universidade que forme um conjunto de estudantes que seja representativo dessa sociedade.”
Ele acredita que a universidade contribuirá muito para a integração dos países. “Vamos ter sucessivas gerações estudando juntas e sabendo desde o início como contribuir para que a integração ocorra em seus países. A convivência de professores e estudantes durante anos vai construir essa identidade comum para a região a partir do conhecimento”, defende.
O projeto de lei que cria a Unila está no Senado. A expectativa é que o texto seja aprovado até o fim de setembro ou meados de outubro. Segundo Trindade, os senadores já sinalizaram de forma positiva quanto à aprovação. As atividades já começam nos próximos dias, com um programa de cátedras para alunos de pós-graduações. Mais informações podem ser obtidas no site da Unila.
Edição: Juliana Andrade
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