3/9/2010
Ministra Eliana Calmon afirma que terá tolerância zero com a corrupção no Poder Judiciário
Primeira mulher a ocupar o cargo de ministro de um tribunal superior, a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assume, no próximo dia 8, a Corregedoria-Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Unanimidade entre seus colegas, que a consideram determinada, corajosa e prudente, a ministra foi homenageada em sua última sessão como integrante da Segunda Turma da Corte.
Em seu discurso, o ministro Humberto Martins, presidente da Turma, destacou que a missão que a ministra Eliana Calmon desenvolverá é árdua, porém gratificante. Não é apenas uma função punitiva, mas preventiva, de resguardo, uma função que traçará norte e caminhos com relação ao aspecto administrativo e aos procedimentos adotados pelos magistrados brasileiros, disse.
O ministro Castro Meira, conterrâneo da ministra Calmon, também prestou sua homenagem, declarando estar certo de que o trabalho a ser desenvolvido no CNJ será em prol do engrandecimento do Poder Judiciário. Conhecemos bem sua atuação e sabemos que seu norte será, realmente, este: a preocupação em valorizar a nossa instituição, fazendo-a superar muitos problemas que ainda temos pelo caminho, afirmou.
Para o ministro Herman Benjamin, a convivência com a ministra Eliana Calmon foi de aprendizado constante: Aprendi, em primeiro lugar, que se pode ser um bom juiz, mantendo-se as próprias convicções e expressando-as de forma firme. Em segundo lugar, que o juiz não precisa se curvar às pressões e às circunstâncias do momento para ser admirado pelos seus pares e, especialmente, pelo jurisdicionado. Mais do que tudo, o juiz é alguém.
O ministro Mauro Campbell Marques também externou a sua gratidão pessoal à ministra e a convicção absoluta de que fará um trabalho extraordinário no CNJ. O bom julgador é aquele que julga como se fosse a si próprio, e essa é a grande marca da ministra Eliana Calmon, declarou.
Em suas palavras, o subprocurador-geral da República, Eugênio José Guilherme de Aragão, ressaltou a absoluta confiança de que, ocupando o cargo de corregedora, a ministra Calmon estará dando uma grande contribuição para a organização da Justiça brasileira e também para a republicanização da atividade judiciária no Brasil.
Emocionada, a ministra Calmon afirmou que teve muita dúvida se ficava ou se ia para o CNJ. Segundo ela, a escolha foi feita porque se sentiu, até moralmente, obrigada a dar uma contribuição na atividade de gestão do Poder Judiciário, na medida em que é uma ferrenha crítica das suas práticas burocráticas.
Todas as minhas falas e pronunciamentos são no sentido de criticar aquilo que precisa ser criticado dentro de uma atividade que é de importância fundamental, porque, sem dúvida alguma, se não tivermos uma boa Justiça, não teremos uma boa democracia, não teremos evolução e uma vida de cidadania. E no momento em que minha carreira me dá a oportunidade de trabalhar exatamente nessa parte da gestão, não poderia negar a minha atividade, afirmou.
O aprimoramento da gestão administrativa do Judiciário será o foco principal da atuação da ministra Eliana Calmon na Corregedoria-Geral do CNJ. Mas ela afirmou que desvios de conduta de magistrados não serão tolerados. A atividade disciplinar será absolutamente secundária, muito embora diga aos senhores que, para mim, corrupção no Poder Judiciário é tolerância zero!, assegurou.
STJ
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