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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Agência Brasil - Preocupação com inflação e otimismo marcaram a economia no primeiro semestre - Direito Tributário

 
30 de Dezembro de 2008 - 09h43 - Última modificação em 30 de Dezembro de 2008 - 09h43


Preocupação com inflação e otimismo marcaram a economia no primeiro semestre

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

 
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Brasília - Um ano de crescimento recorde interrompido por uma crise internacional. Assim foi a economia brasileira em 2008. Após o agravamento das turbulências financeiras nas nações desenvolvidas, o país teve de mudar de prioridade. Preocupado em conter a inflação e a expansão do crédito até a metade do segundo semestre, o governo se viu obrigado a agir no sentido contrário e injetar recursos no mercado para manter o ritmo da atividade econômica no fim do ano.

O ano começou com o reaparecimento de um fantasma que assolou a economia brasileira por décadas: a inflação. Por causa da alta dos preços internacionais dos alimentos e dos minerais, os produtos tiveram reajustes expressivos. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a registrar 0,79%.

Com o repique na inflação, o cumprimento do centro da meta de 4,5% para o IPCA em 2008 tornou-se inviável. Mesmo o teto de 6,5% para a meta ficou ameaçado. Como resultado, o Banco Central (BC) voltou a subir os juros básicos. Em abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) reajustou a taxa Selic de 11,25% para 11,75% ao ano. Foi a primeira elevação em quase três anos. Após sucessivos reajustes, os juros básicos terminam 2008 em 13,75% ao ano.

Apesar da preocupação com a inflação, o primeiro semestre foi de comemorações para a economia brasileira, com o país consolidando a posição diante dos investidores internacionais. No fim de fevereiro, o Brasil deixou de ser devedor externo. Pela primeira vez na história, o país (setores público e privado) passou a ter mais dinheiro a receber do exterior do que o valor que deve.

A percepção do Brasil pelos agentes financeiros continuou a melhorar. Em 30 de abril, a agência de avaliação de risco Standard & Poor's concedeu o grau de investimento ao país. Com a classificação, o Brasil passou a ser considerado seguro para os investidores estrangeiros, o que permite a entrada de recursos que estavam impedidos de entrar no país.

Além do preço dos alimentos, o petróleo preocupava o governo no fim do primeiro semestre. Para impedir a alta dos combustíveis, no mesmo dia em que o país ganhava o grau de investimento, o governo anunciou a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e o diesel. Em 30 de junho, a cotação do petróleo fechou no valor recorde de US$ 143 por barril. Paralelamente, a equipe econômica também teve de desonerar o PIS/Cofins no trigo para conter a subida no preço dos derivados do produto, como pães, massas e farinha.

Mesmo com a preocupação com os preços, o otimismo continuou a predominar na economia brasileira. Em 20 de maio, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em 73.516 pontos, no maior nível da história. Foi o décimo recorde depois da obtenção do grau de investimento. Em 25 de junho, o dólar despencou para R$ 1,59, a cotação mais baixa desde janeiro de 1999, quando o governo abandonou a paridade “um por um” entre o real e a moeda norte-americana.

Para manter a competitividade dos produtos brasileiros no exterior num cenário de dólar em queda, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior lançou, na metade de maio, a política industrial. Ao todo, o governo pretende desembolsar R$ 250 bilhões até 2010, entre redução de impostos, incentivos fiscais, desburocratização e facilitação do crédito, para incentivar 25 setores da indústria. O objetivo foi estimular não apenas o nível de investimento interno, mas impulsionar as exportações.

Antes do agravamento da crise internacional, o governo tomou ainda uma última medida para combater a inflação e decidiu criar uma poupança adicional de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com a arrecadação em alta por causa do crescimento da economia, o governo criou o Fundo Soberano do Brasil.

O esforço fiscal extra, de R$ 14,2 bilhões, teve o objetivo tanto de conter os gastos públicos (e impedir uma alta ainda mais expressiva dos preços) como de criar uma reserva para ser usada para estimular a economia em momentos de desaceleração, como a crise internacional que se agravou nos meses seguintes. Enviado para o Congresso em julho, o Fundo Soberano só foi sancionado no último dia 24 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 



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