30 de Dezembro de 2008 - 12h32 - Última modificação em 30 de Dezembro de 2008 - 12h32
Sistema vai monitorar crescimento vertical em áreas de preservação ambiental no Rio
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os órgãos de fiscalização ambiental do Rio de Janeiro vão ganhar um reforço para monitorar a ocupação irregular em áreas de preservação permanente e em unidades de conservação do estado. Um software, que está sendo desenvolvido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), utilizará imagens de satélite em alta resolução para verificar não apenas a expansão horizontal das construções sobre a mata, mas também o crescimento vertical das ocupações, o que não é possível com os instrumentos disponíveis atualmente. Para isso, serão comparadas imagens feitas com intervalo de seis meses.
O programa será utilizado em um projeto-piloto, a partir do ano que vem, que contará com a parceria do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Secretaria Estadual do Ambiente. Inicialmente, o monitoramento será realizado nos Parques Nacional da Tijuca e Estadual da Pedra Branca. O presidente do IEF, André Ilha, explicou que o crescimento vertical é uma tendência constatada em muitas comunidades de baixa renda do município e traz impactos negativos às áreas verdes, além de oferecer riscos à segurança dos moradores dessas construções.“Temos verificado um notável crescimento vertical principalmente em comunidades carentes do Rio. É o caso de uma pessoa que tem um andar e constrói mais um andar por cima. Às vezes, encontramos até prédios de cinco ou seis andares completamente tortos porque foram construídos sem um profissional responsável, como um arquiteto ou um engenheiro, causando sérios riscos à vida dos moradores e também às encostas verdes”, destacou ele, em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
De acordo com André Ilha, as unidades que vão receber o projeto inicialmente são as que causam maior preocupação no estado, já que sofrem constante pressão das comunidades do entorno. Por isso, segundo ele, exigem esforço permanente de fiscalização.
Para o desenvolvimento do software, está previsto o repasse de R$ 949 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fecam), num prazo de 18 meses. A parte técnica ficará a cargo do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) da PUC, que contará com apoio da Universidade de Hanover, na Alemanha, e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados, além de embasar as ações de fiscalização dos órgãos ambientais estaduais e da prefeitura, ficarão à disposição da população na internet, num site a ser criado especialmente para esse fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário