28 de Outubro de 2009 - 12h03 - Última modificação em 28 de Outubro de 2009 - 13h32
Enviado dos EUA chega hoje a Honduras para tentar pôr fim à crise política
Fernando Freire
Enviado especial
Tegucigalpa (Honduras) - Com um golpe de Estado em vigor há quatro meses e negociações sem consenso entre os governos golpista e deposto, chega hoje (28) a Honduras o secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon. O enviado da secretária do Departamento de Estado, Hillary Clinton, tem como missão fazer com que os dois lados cheguem a um consenso, principalmente porque os Estados Unidos têm importância significativa para a economia hondurenha.
O país é responsável por dois terços das exportações de Honduras e milhares de hondurenhos que vivem nos EUA enviam dinheiro para o local de origem. Thomas Shannon é cotado para ser o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, mas isso ainda depende do aval do Senado norte-americano.
O secretário de Assuntos Políticos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Victor Rico, chegou ontem (27) a Tegucigalpa, também com a missão de ajudar a resolver o impasse. “Há esperanças de se chegar a um acordo, por isso estamos aqui. Mas para isso, é preciso um empurrãozinho final”, disse Rico.
Enquanto a comunidade internacional pressiona para solucionar a crise, no cenário interno, a violência ganha mais espaço. Nos últimos dias, ocorreram crimes com prováveis motivações políticas. O pai do vice-ministro da Defesa hondurenha, Alfredo Jalil, de 81 anos, foi sequestrado quando saía de casa ontem (27). O carro dele foi encontrado abandonado a 4 quilômetros do centro da capital Tegucigalpa.
No último fim de semana, foram assassinados um sobrinho do presidente Roberto Micheletti e o chefe de um setor das Forças Armadas. Enzo Micheletti, de 24 anos, foi morto numa cidade a 300 quilômetros da capital hondurenha. Já o militar Concepción Jiménez foi assassinado na porta de casa na noite de domingo (25).
A polícia hondurenha não vê relações entre os três crimes, mas não descarta motivação política. “Essa hipótese está sendo cogitada, mas é a última das que estão em jogo”, disse o comissário Orlin Cerrato, relações públicas da corporação.
Edição: Talita Cavalcante
Nenhum comentário:
Postar um comentário