1 de Dezembro de 2008 - 16h52 - Última modificação em 1 de Dezembro de 2008 - 23h12
Gilmar Mendes critica lentidão da Justiça ao abrir terceira Semana de Conciliação
Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A lentidão da Justiça no Brasil foi alvo de críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, na cerimônia de abertura da terceira Semana de Conciliação, em São Paulo.
De acordo com Mendes, a sociedade tem um enorme déficit de justiça. "A sociedade tem recursos para ter um bom sistema judiciário. Não há justificativa para ter uma justiça tão lenta".
Para o presidente do STF, vários problemas causam a morosidade do sistema judiciário, entre eles a falta de defensores públicos."Temos cerca de cinco mil defensores em todo o país. Este número é pequeno".
Mendes, no entanto, acha a quantidade de juízes suficiente e defendeu mais informatização das varas de execuções criminais para evitar, por exemplo, que detentos permaneçam nos presídios depois de terem cumprido integralmente a pena.
“Sou a favor de informatizar todas as varas de execuções criminais para administrar melhor o sistema. Há uma estimativa que 30% da população carcerária esteja recolhida indevidamente", disse.
O presidente do STF ressaltou que a informatização sozinha não vai desafogar o grande número de processos que chega aos tribunais. Gilmar Mendes afirma ser necessária uma mudança na sociedade para que as pessoas procurem mais intensamente a conciliação para resolver os conflitos. "É preciso mudar a cabeça das pessoas, evitar os conflitos antes de procurar a Justiça".
O ministro falou ainda que eventos como os mutirões dentro da Semana da Conciliação aceleram de alguma forma os processos, mas que o Judiciário não pode viver de mutirões para ser mais ágil. Na opinião do presidente do STF, a Justiça precisa é de uma reforma. "A necessidade é reformar o sistema para não termos que fazer mutirões como esse nunca mais", disse.
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