4 de Dezembro de 2008 - 05h40 - Última modificação em 4 de Dezembro de 2008 - 05h43
Pesquisas com células-tronco ainda não têm data para apresentar resultados
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ainda não há previsão para os resultados das pesquisas com células-tronco embrionárias, que passaram a ser definitivamente permitidas no Brasil após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), em maio.
De acordo com a vereadora paulista Mara Gabrilli, que é tetraplégica e preside o Instituto Mara Gabrilli de fomento a esse tipo de pesquisa, o avanço ao separar a primeira linhagem de células-tronco embrionárias ainda não permite fazer previsões concretas sobre o que será alcançado ou quando. “É muito difícil algum pesquisador dar data”, diz Mara.
Ela alega que as pesquisas não vão chegar a tratamentos “como aspirinas, que você toma e sai correndo”, mas se garantirem qualidade de vida aos pacientes, já terão atingido o objetivo. “A gente tem que ter na mira qualidade de vida. Uma pessoa que era paraplégica e passa a ter controle do esfíncter, já é qualidade de vida para essa pessoa. Aqueles que respiram com ajuda de aparelhos se passarem a respirar sozinhos, já é um grande avanço na vida deles”, explica.
Mara cita também os avanços que podem ser alcançados nas pesquisas com células-tronco em doenças degenerativas. Segundo ela, se o tratamento conseguir reter a doença, já será um ganho. “Nós estamos falando de gente que luta com a morte todos os dias”, completa.
O Instituto Mara Gabrilli capta recursos para as pesquisas, promove debates e eventos e leva a discussão para autoridades, como os ministros do Supremo na época do julgamento sobre a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias.
Apesar da falta de promessas, a expectativa das pessoas que dependem desse tipo de tratamento é grande. Segundo o médico colaborador do Instituto Brasileiro dos Direitos das Pessoas com Deficiências (IBDD), estamos no limiar de um novo tempo em que haverá possibilidades, quando hoje o conceito é de que não há esperança.
“As pessoas têm grande expectativa de que poderão deixar de ter uma deficiência, uma incapacidade física com o tratamento de células-tronco”, acrescenta.
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