1 de Dezembro de 2009 - 11h23 - Última modificação em 1 de Dezembro de 2009 - 11h23
Amorim diz que sem concentração de esforços há risco de estagnação econômica
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, apelou para a necessidade de reunir forças a fim de evitar a paralisia das negociações multilaterais e os efeitos desse processo. Segundo Amorim, se nada for feito há riscos de estagnação econômica, perdas de postos de trabalho e mais pobreza no mundo. O apelo, feito ontem (30) na abertura da 7ª Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra (Suíça), é um alerta aos países desenvolvidos sobre a tendência de imposição de barreiras tarifárias.
“Estamos no meio de uma crise. Uma crise de paralisia. Quanto mais tempo levarmos para sair dela, maior será o impacto em termos de estagnação econômica e de perdas de postos de trabalho. Em alguns dos países mais pobres, isso significa que menos pessoas escaparão da pobreza absoluta e da fome.”
Em seguida, Amorim acrescentou que “parar o relógio não é uma opção”. “As circunstâncias econômicas mudam, barganhas feitas no passado acabam sendo superadas por novos desdobramentos.”
Os ministros de Relações Exteriores dos países do G20 (grupo dos países em desenvolvimento) se reúnem até amanhã (2) e vão dar prioridade às discussões sobre as barreiras econômicas impostas aos produtos agrícolas.
Amorim afirmou que o governo brasileiro tem trabalhado para atender às expectativas de avanços expostas como metas durante a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Em linha com a Declaração de Hong Kong, até meados de 2010, o Brasil concederá tratamento duty-free-quota-free [livre de tarifas e cotas], com cobertura de 80% de todas as linhas tarifárias, aos países de menor desenvolvimento relativo.”
Segundo o chanceler, este percentual vai aumentar gradualmente nos próximos quatro anos até cobrir a totalidade das linhas tarifárias. Para ele, o fundamental é que os países ricos sigam o mesmo caminho. “Nossa esperança é que os países desenvolvidos façam o mesmo em breve.”
Para Amorim, é essencial a concentração de esforços. “Temos de agir coletivamente e com urgência. Ao invés de concentrar-nos no que deu errado, temos de manter o foco no que é necessário para concluir as negociações. É preciso que essa avaliação aconteça nas próximas semanas e nos próximos meses, se quisermos manter o compromisso de concluir a rodada em 2010”, afirmou.
Edição: Talita Cavalcante
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