26 de Fevereiro de 2009 - 09h50 - Última modificação em 26 de Fevereiro de 2009 - 09h50
Brasileira vai ter que confirmar depoimento na presença de um promotor suíço
Da Agência Brasil
Brasília - O porta-voz do Ministério Público da Suíça, Rainer Angst, confirmou hoje (26) que a confissão de Paula Oliveira feita à polícia no último dia 13 – quando a brasileira afirmou que não foi atacada por um grupo de neonazistas – não pode ser usada como prova no inquérito aberto contra ela. As informações são da BBC Brasil.
"Realmente, como disse o advogado dela de forma resumida, a Justiça suíça só considera válida uma confissão feita perante um promotor público, o que não aconteceu", explicou Angst.
A informação de que a confissão de Paula não era válida já havia sido divulgada pelo advogado dela, Roger Müller, ontem (25), uma vez que foi feita apenas à polícia de Zurique. Ele informou que a brasileira deve prestar novo depoimento à promotoria ainda nesta semana.
O porta-voz do Ministério Público da Suíça lembrou, no entanto, que o eventual depoimento de Paula não será o único elemento a ser considerado no processo. A Promotoria, segundo ele, irá analisar o que ela disser no interrogatório e checar se a informação coincide com provas. Dentre o material estão os resultados de exames laboratoriais e ginecológicos que indicaram que a brasileira não estava grávida e que ela mesma poderia ter feito os ferimentos em seu corpo.
"Ela é livre para falar o que quiser, mas as afirmações , até o momento, foram contraditórias. Primeiramente, ela disse ter sido atacada, disse que estava grávida e que foi ferida por três neonazistas. Depois, ela afirmou que nada disso era verdade. O que queremos é reunir todas as provas e afirmações e tentar chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu e quais foram os motivos por trás disso."
Questionado se a promotoria pretende pedir uma avaliação psiquiátrica de Paula, Angst admitiu que esta é uma possibilidade. Ele explicou ainda que, nos tribunais suíços, uma confissão pode amenizar a pena do acusado, mas não soube dizer se, no caso de Paula, a confissão seria uma atenuante.
"Neste momento não sabemos nem se ela receberá alguma punição", afirmou Angst, ressaltando que é muito cedo para fazer qualquer previsão do desfecho do caso "que não seja pura especulação".
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