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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Agência Brasil - Missa em Aparecida celebra abertura da Campanha da Fraternidade - Direito Público

 
25 de Fevereiro de 2009 - 18h15 - Última modificação em 25 de Fevereiro de 2009 - 19h31


Missa em Aparecida celebra abertura da Campanha da Fraternidade

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

 
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São Paulo - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu hoje (25), em Aparecida, no interior paulista, a Campanha da Fraternidade de 2009, com o tema Fraternidade e Segurança Pública e o lema "A Paz é Fruto da Justiça". Missa solene, celebrada pelo arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, e concelebrada pelo secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, marcou o início da campanha.

O tema foi solicitado à CNBB pelas Pastorais Carcerária e da Criança, com apoio das demais pastorais e movimentos da Igreja Católica e aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB há dois anos. Segundo dom Raymundo, o objetivo é o estimular na sociedade o debate dos temas segurança pública, causas da violência e cultura do medo. A CNBB pretende, com a iniciativa, convocar a sociedade para promover uma cultura de paz.

“O tema é muito importante porque observamos a presença da violência na sociedade. A convivência social harmônica, mais pacífica, está se deteriorando”, disse dom Raymento. A Campanha da Fraternidade visa a conscientizar cada cidadão sobre seu direito a uma convivência segura e em paz, sem esquecer sua responsabilidade pela construção de uma sociedade mais humana, mais fraterna, mais justa, que tem como conseqüências a paz e a segurança, explicou.

De acordo com dom Dimas, o texto-base da campanha mostra que o tema da segurança pública não se restringe à questão policial, englobando também a violência doméstica, o trabalho escravo e os crimes de colarinho branco. “Algumas formas de crime não são institucionalizadas, mas existem”, disse ele.

O bispo apontou como uma das formas de crime institucionalizado o sistema socioeducativo e especialmente o trabalho com menores infratores, em conflito com a lei, que é uma espécie de “patinho feio” de toda administração pública. “Ninguém quer cuidar dos menores infratores, eles passam de secretaria em secretaria no mesmo governo. Cada vez que muda de mãos muda de filosofia, de recursos, de pessoal. Não existe uma continuidade”, criticou.

Dom Dimas disse que há deficiências também na inteligência das investigações criminais no Brasil, muito dependentes de testemunhas, que na maioria das vezes têm medo de denunciar e testemunhar por causa da vingança dos criminosos. “O serviço de proteção à testemunha vitimiza a própria testemunha, que tem que mudar de nome, endereço e profissão e perder o vínculo com a família para não ser violentada.”

A coordenadora da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública e assessora especial do Ministério da Justiça, Regina Miki, considerou importante a CNBB ter escolhido o tema segurança pública para a Campanha da Fraternidade por causa da capilaridade da Igreja Católica. Regina destacou que o tema estará em pauta também em agosto, em Brasília, na Conferência Nacional de Segurança Pública.

“Até hoje toda política em torno da segurança público partiu do governo. A cada quatro anos, muda-se a política, e nós não temos ainda participação democrática nesse tema, não temos um conselho deliberativo com fundo compatível para a execução de políticas. É isso que queremos deixar como um legado, a partir da conferência, à sociedade brasileira”.

Segundo a assessoria de imprensa da CNBB, a Campanha da Fraternidade é uma atividade de evangelização desenvolvida desde os anos 60 no período da Quaresma. Sempre com um tema diferente, a iniciativa visa a despertar o espírito comunitário e cristão no povo, educar para a vida em fraternidade e renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização.






 


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