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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Agência Brasil - Mudança do Garcia "invade" o Campo Grande e não poupa políticos - Direito Público

 
23 de Fevereiro de 2009 - 19h46 - Última modificação em 23 de Fevereiro de 2009 - 20h39


Mudança do Garcia "invade" o Campo Grande e não poupa políticos

Luciana Lima
Enviada especial

 
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Roosewelt Pinheiro/ABr
Salvador - Bom humor e irreverência no desfile do Mudança do Garcia, bloco de crítica política e social formado por integrantes de partidos de esquerda, de sindicatos e de movimentos sociaisSalvador - Bom humor e irreverência no desfile do Mudança do Garcia, bloco de crítica política e social formado por integrantes de partidos de esquerda, de sindicatos e de movimentos sociais
Salvador - O Bloco Mudança do Garcia, mais uma vez, não poupou ninguém. O prefeito, o governador, o Papa, George Bush, Barack Obama, Lula, a crise financeira mundial e a Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Esses e muitos outros foram alvo do humor ácido do bloco que, mantendo a tradição, não respeitou seu horário de entrar no circuito oficial do carnaval de Salvador, no Campo Grande. “Invadiu” a avenida logo após a apresentação da Banda Eva e fez a Banda Psirico esperar quase duas horas para iniciar sua apresentação.

O bom humor do bloco Mudança do Garcia contou com o nariz torcido do líder da banda Psirico, o cantor Márcio Vitor, que pegou o microfone e resmungou: “Eu também estou na briga pela igualdade. Eu também estou lutando pela turma da corda. Imaginem se não tivesse corda”, defendeu-se enquanto esperava o Mudança do Garcia passar.

Poucos sabem precisar, mas a estimativa é de que 20 mil pessoas desfilaram no bloco que tem na veia a crítica política e é formado por várias entidades sindicais, partidos políticos, políticos, sindicatos, representações dos movimentos sociais organizados, intelectuais, universitários e também foliões “avulsos” que gostam do bom humor do grupo. Os “carros alegóricos” do bloco, charretes enfeitadas com cartazes e faixas, foram puxados por 30 cavalos e jegues.

A tentativa do locutor oficial do carnaval de dar boas vindas e mostrar aos integrantes do bloco o apoio da prefeitura de Salvador não obteve sucesso. O locutor disse: “Estou aqui para transmitir o abraço do prefeito João Henrique e de todos os seus secretários”. Os foliões responderam com vaias enquanto o locutor ainda citava os nomes do primeiro escalão municipal das pastas envolvidas com o carnaval.

O desconforto com o prefeito também ficou patente no cartaz com a inscrição: “João, João. O folião também é cidadão. Precisa de remédio, saúde e educação”, em referência a uma declaração dada pelo prefeito pouco antes do carnaval afirmando que a administração municipal era obrigada a deixar a merenda escolar e os remédios do posto de saúde para pagar as despesas com o carnaval

“A marolinha vai virar maré de março”, dizia um dos cartazes em referência à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a crise financeira internacional seria leve. Outro cartaz se referia à crise como o “abacaxi do Bush”, que terá que ser descascado por Barack Obama. Tinha gente defendendo a Amazônia, sugerindo que se queime imobiliárias e o fim do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

A briga política também esteve presente. Um dos cartazes fazia referência às duas forças políticas que concorrem com o PT, partido do governador Jaques Wagner, na Bahia: “Carlismo ou Geddelismo? Entre a cruz e caldeirinha”.

“A Mudança do Garcia é o espaço mais democrático do carnaval de Salvador”, disse o deputado federal Nelson Pellegrino (PT), que já foi alvo de críticas do bloco, mas não deixou de participar da festa.

“Aqui tem lugar para todos os sexos, as idades, preferências ideológicas, sexuais, políticas. A Mudança do Garcia implica na avenida com os outros blocos, abre as portas para ela poder entrar, ela demora a passar, ela é irreverente e sobra para todo mundo”, descreveu.

“Quando as pessoas vem reclamar comigo das críticas eu digo: já sobrou para mim, porque que não pode sobrar para você?”, destacou Pellegrino, que teve que enfrentar as críticas quando a bancada governista da Câmara e do Senado aprovou a reforma da Previdência, ao contrário do que queriam, na época, os movimentos sociais e sindicatos. “O importante é ter espírito de carnaval e sair com muito amor no coração”, completou.

Esse é o primeiro ano que o Mudança do Garcia faz parte do circuito oficial do carnaval de Salvador. Isso fez com que os membros do Conselho Municipal do Carnaval impusessem regras para o bloco como a de não utilizar carros de som e ter horário certo para entrar no Campo Grande.

A imposição fez com que se acirrasse a briga entre PT e PMDB que se estabeleceu na disputa pela prefeitura em outubro do ano passado. O deputado petista não ousa dizer que a briga existe mas que “acredita” no que o Mudança do Garcia diz. “A mudança é muito sábia. É só ler o que está escrito nas carroças”, apontou.

“O conselho do carnaval é o povo", protestou o funcionário da prefeitura Saulo Borges, integrante do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindiseps), que há seis anos desfila no bloco, surgido nos anos 1940 e, originalmente, composto somente por moradores do bairro Garcia.



 



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