28 de Novembro de 2009 - 18h07 - Última modificação em 30 de Novembro de 2009 - 08h55
Controle da inflação é pré-requisito para o próprio ambiente de negócio, diz analista
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quando se trata de desoneração, a preocupação com a inflação em si é justa, mas um dos objetivos da política econômica é estar sempre atenta ao controle da inflação. O controle da inflação e a estabilidade a longo prazo são os objetivos da política econômica e um pré-rrequisito para o próprio ambiente de negócio. A opinião é do gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco.
Para ele, os setores beneficiados têm uma grande capacidade não utilizada em seu parque manufatureiro. Por isso, acredita ele, não deveria haver qualquer tipo de preocupação ou risco de uma pressão de custo e inflação devido a uma demanda mais forte por conta de medidas pontuais adotadas nos setores, como o automobilístico, a linha branca, a construção civil e moveleiro.
O problema maior, em sua análise, é se os setores não investirem e não se adequarem às mudanças que estão ocorrendo na economia brasileira pós-crise, que poderão ocasionar problemas no médio e longo prazos, principalmente, em função da maior penetração dos produtos importados no país.
Castelo Branco disse que não tem condições de afirmar, como foi aventado na imprensa, se as medidas têm caráter eleitoreiro, embora durante o anúncio o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenha garantido que o objetivo é estimular a indústria moveleira, que é dependente das exportações e ainda não saiu adequadamente dos impactos da crise financeira internacional.
“Na verdade, entendo que [as últimas medidas] não é um problema em relação à crise econômica, que afetou seriamente a indústria na primeira parte de 2009. Ainda, temos segmentos que se ressentem da crise econômica, mas não é propriamente o caso”, disse lembrando, no entanto, as questões macro, de inflação, e relativas à competição explicam por si só a adoção das medidas.
Mas o analista faz questão de frisar que o governo tem adotado uma estratégia pontual de desonerações de uma forma discricionária. Para ele, do ponto de vista da competitividade para a economia como um todo, é importante observar que ainda há dificuldades quando se tem uma carga tributária alta e isso afeta todos os segmentos da indústria brasileira.
“A carga é elevada para todas. Qual a razão da escolha, eu não saberia dizer”.
Arrecadação do IPI dos setores de fabricação de móveis de madeira e aço
Unidade: R$
Ano
Arrecadação
2008
166.722.531
2007
153.098.343
2006
130.416.147
2005
116.039.286
Fonte: Receita Federal
Edição: Tereza Barbosa
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