25 de Janeiro de 2009 - 16h32 - Última modificação em 25 de Janeiro de 2009 - 16h39
Empresas que quiserem construir casas populares na Líbia podem ter apoio do BNDES
Cristiane Ribeiro*
Enviada Especial
Wilson Dias/ABrTrípoli (Líbia) - As empresas brasileiras do setor de construção civil que desejarem se instalar na Líbia para participar do processo de construção de casas populares poderão ter apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito hoje (25) pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, após visitar as obras de construção do novo aeroporto de Trípoli, capital da Líbia.
Trípoli (Líbia) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, visita obras do Aeroporto Internacional de Trípoli feitas por empresa brasileira
O país, no norte da África, está implementando um plano de desenvolvimento econômico. Na área de habitação, o plano prevê a construção de 1 milhão de casas populares, sendo 70 mil unidades por ano.
Hoje à tarde, Miguel Jorge se encontrou com o ministro da Infra-Estrutura e Habitação da Líbia, Abuzaid Omar Dorda, e de acordo com ele, a conversa foi promissora. No encontro, os dois ministros acertaram para amanhã (26) a assinatura de um memorando de entendimento que cria uma comissão para iniciar a captação das empresas de pequeno e médio portes interessadas em construir casas populares na Líbia.
“Amanhã, já falo com o vice-ministro (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) Ivan Ramalho, para que ele comece a fazer contato com empresas tanto de construção de residências, quanto de material de construção, para que a gente possa organizar esse grupo para vir para cá”, afirmou.
Miguel Jorge disse ainda que o ministro Abuzaid Omar Dorda manifestou interesse em estabelecer uma parceria entre a siderúrgica estatal líbia e alguma siderúrgica brasileira.
No setor de infra-estrutura, o governo líbio do ditador Muammar Kadhafi, está investindo cerca de US$ 1,5 bilhão na construção do aeroporto da capital. São dois modernos terminais em uma área de 440 mil metros quadrados. As obras estão sendo feitas pela brasileira Odebrecht. A construtora também é responsável pela construção do terceiro anel viário de Trípoli, que visa a desafogar o trânsito na cidade e tem custo aproximado de US$ 325 milhões. Os dois projetos empregam cerca de 4.800 trabalhadores, dos quais pelo menos 120 são brasileiros e o restante dividido entre colombianos, turcos, paquistaneses, portugueses e vietnamistas.
O paulista de Ilha Solteira, em São Paulo, Antônio Luiz de Salles, de 52 anos, é o técnico especializado que coordena parte das obras do aeroporto de Trípoli. Ele já trabalhava para a construtora em Angola, há quase 10 anos, e há nove meses foi deslocado para o canteiro de obras na Líbia.
“Trabalhar na Líbia não é tão fácil como em outros países por conta da adversidade de cultura e idioma. Temos aqui mais de dez línguas, mas com nossa cultura e dedicação pelo trabalho, conseguimos superar e nos entender”. A família de Salles continua morando no Brasil e, segundo ele, a cada 75 dias trabalhados, a construtora dá 12 dias de folga, quando então ele aproveita para ir em casa ver a mulher e os filhos. “Penso em voltar para o Brasil, mas só depois que este empreendimento ficar pronto”.
O ministro Miguel Jorge e uma comitiva de 92 empresários de vários setores estão em visita comercial de uma semana à África do Norte. Da Líbia, a delegação segue, nesta segunda-feira, para a Argélia, depois para a Tunísia e por fim para o Marrocos.
*A repórter viajou a convite do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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