31 de Janeiro de 2009 - 19h03 - Última modificação em 31 de Janeiro de 2009 - 20h11
Moradores da periferia de Belém protestam contra falta de acesso ao FSM
Juliana Cézar Nunes
Enviada Especial/Rádio Nacional da Amazônia
Belém (PA) - Palco de manifestações contra as desigualdades sociais e econômicas, o Fórum Social Mundial (FSM) foi alvo hoje (31) de um protesto de moradores da periferia de Belém. Eles reclamaram que o ingresso de R$ 30 excluiu a comunidade do bairro Terra Firme do megaevento, que começou na última terça-feira (27) e termina amanhã (2).
O bairro Terra Firme fica próximo ao campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), um dos locais onde o FSM está sendo realizado. Há dois dias, contou o líder comunitário Francisco Batista, moradores da lugar foram impedidos de entrar na Ufra para ver um show porque não tinham dinheiro para pagar o ingresso.
A comunidade do Terra Firme não gostou de ter sido barrada no FSM. Ontem, Francisco Batista aproveitou a realização do tribunal popular que pediu a descriminalização da pobreza e a legalização da maconha para convocar uma caminhada até o bairro, durante a qual houve um protesto contra a falta de acesso dos moradores do local ao megaevento.
“É bom eles [os participantes do FSM] irem até o bairro para conhecer a realidade”, disse Francisco Batista, durante a passeata, que reuniu cerca de cem pessoas. Moradores do bairro também disseram que foram feitas obras de “fachada” para melhorar o aspecto da localidade durante o megavento.
Antes de aderir ao protesto em solidariedade aos moradores do bairro Terra Firme, os defensores da descriminalização da pobreza condenaram, no tribunal popular, o Estado, a mídia e a sociedade como um todo porque, segundo eles, apóiam a criminalização dos pobres.
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