25 de Junho de 2009 - 22h27 - Última modificação em 26 de Junho de 2009 - 10h35
Aberta a 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
José Cruz/ABrBrasília - A 2° Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial foi aberta hoje (25) em meio a apresentações de música cigana, ritual indígena, dança palestina e ao som do Ilê Ayê. Até domingo (28), 1,3 mil delegados eleitos em todo o país irão discutir temas como a titulação de terras quilombolas, as cotas no ensino superior, religiões de matrizes africanas, políticas para as populações indígenas e ciganas e o combate ao racismo institucional.
Brasília - Abertura da 2º Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães
“As políticas de promoção da igualdade racial são um elemento crucial no processo do desenvolvimento brasileiro”, afirmou o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos.
A ex-ministra da pasta, Matilde Ribeiro, foi lembrada durante os discursos e aplaudida de pé pelos participantes. A plateia também cobrou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha a ida prevista, mas, segundo o ministro Edson Santos “foi acometido por uma forte indisposição que o impediu de comparecer”.
A ativista Doné Kika de Bessen, representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial lembrou os momentos históricos de luta do movimento negro no Brasil. Ela defendeu as ações afirmativas e cobrou o empenho do governo brasileiro na definição de políticas públicas e a criação de instrumentos jurídicos, legislativos e orçamentários para garantir a redução das desigualdades etnorraciais.
“A intolerância se manifesta em todos os continentes, mas a perversidade do racismo brasileiro é que pouco se fez desde a abolição da escravatura. As transformações ainda não são perceptíveis na organização econômica e na composição dos Poderes”, afirmou.
Entre as reinvidicações listadas por Kika estão a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e das cotas para universidades, a implementação da Lei 10.639 – que prevê o ensino de história africana nas escolas brasileiras –, a redução dos índices de violência contra a juventude negra, mais respeito às religiões de matriz africana e a regularização fundiária de áreas remanescentes de quilombos.
Edição: Aécio Amado
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