27 de Junho de 2009 - 17h45 - Última modificação em 28 de Junho de 2009 - 11h03
Negros que morreram na luta contra o regime militar recebem homenagem durante conferência
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Valter Campanato/ABrBrasília - Descendentes de escravos que morreram na luta contra o regime militar (1964-1986) foram homenageados hoje (27) na 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, aberta no último dia 25, em Brasília.
Brasília - O secretário-adjunto da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Elói Ferreira, e o secretário-adjunto da Secretaria dos Direitos Humanos, Rogério Sottili, participam da homenagem a 40 negros mortos durante a ditadura militar
Os secretários adjuntos das secretarias especiais dos Direitos Humanos (SEDH), Rogério Sottili, e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloy Ferreira, apresentaram um totem, de 1,80m de altura por 0,80m de largura, com imagens de 40 negros - 35 homens e 5 mulheres – mortos e desaparecidos durante a ditadura.
A ideia da SEDH é fazer com que o totem seja levado para vários lugares, assim como a exposição “Direito à Memória e à Verdade”, cujos painéis contam a história da resistência ao regime militar no Brasil e já rodaram mais de 50 cidades brasileiras e do exterior.
Sottili ressaltou que uma das maiores violações dos direitos humanos é feita pela segregação, pelo preconceito e pela discriminação. “Igualdade racial é uma luta de preservação, de promoção dos direitos humanos. Todo o Estado deve estar comprometido de varrer do nosso país toda, qualquer tipo de discriminação, seja racial, de gênero, de diversidade religiosa”, disse.
Para Ferreira, a historiografia não teve “o cuidado ou a preocupação de registrar a luta dos negros ao longo da história do Brasil". Segundo o secretário, levar o conhecimento da luta dos negros contribui para o “fortalecimento da identidade nacional”. “A juventude vai saber, a nação vai conhecer que temos heróis negros, brancos, que todos formamos o Brasil.”
Segundo Ferreira, ainda é preciso trabalhar mais sobre esse tema nas escolas do país. “É um processo superar o racismo institucional.”
Segundo ele, durante o regime militar, as escolas ensinavam que Zumbi dos Palmares foi um negro insurreto. “Essa inversão de valores é hoje repudiada pela historiografia, pela força do movimento negro e pela força dos governos que, após a ditadura militar, trabalharam na construção de valores nacionais.”
A lista de 40 homenageados, com um breve histórico de cada um deles, está disponível na internet.
A 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial termina amanhã (28). São 1,3 mil delegados eleitos em todo o país para discutir temas como a titulação de terras quilombolas, as cotas no ensino superior, religiões de matrizes africanas, políticas para as populações indígenas e ciganas e o combate ao racismo institucional.
Para a secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Luíza Bairros, a conferência abre caminho para que movimentos sociais se organizem e governos locais passem a dar atenção à questão da igualdade racial.
Edição: Lílian Beraldo
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