26 de Junho de 2009 - 20h00 - Última modificação em 26 de Junho de 2009 - 20h00
Servidores públicos de 30 países discutem alternativas para a crise econômica mundial
Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise econômica internacional vem afetando o setor público de várias maneiras ao redor do mundo. A nova realidade está sendo debatida por movimentos sindicais dos cinco continentes na 1ª Conferência Sindical Internacional da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (Cspb), hoje (25) e amanhã (26), em Brasília.
“Infelizmente, alguns governos seguem a linha tradicional, como a Costa Rica e Porto Rico, que é a demissão de servidores, a redução de salário, diminuição dos serviços prestados à população como resposta à crise”, disse Jocélio Drummond, Secretário da Internacional de Serviços Públicos (ISP) para as Américas. Ele participou de painel sobre a Realidade dos Serviços e Servidores Públicos nos Planos Mundial, Continental e Regional.
A reação do governo brasileiro, na sua avaliação, é um exemplo a ser seguido, especialmente pelos demais países latino-americanos. “Alguns governos, como no caso do Brasil, seguem contratando servidores públicos, melhorando salários, impulsionando a economia , fazendo com que o Estado tenha um papel importante naquilo que se refere a melhorar a qualidade de vida população”, afirmou. “O fato do Brasil seguir operando com o Estado para que ele cumpra com o seu papel é um bom exemplo para o mundo”, disse.
O objetivo da conferência é de fortalecer a aliança do setor público e repensar o movimento sindical. “Já não basta cuidar apenas das causas economicistas, daquelas reivindicações de pão e salário. Elas continuem sendo urgentes, mas o maior problema nosso é não termos um modelo alternativo de organização da sociedade”, avaliou o prersidente da conferência, João Domingos. “Estamos há três décadas sob o império do pensamento único, chamado modelo neoliberal, e o movimento sindical só tem feito contestar, mas não conseguiu propor um modelo alternativo”, completou.
Na sua avaliação, a crise mundial demonstra a falência do modelo neoliberal. E que o atual momento é ideal para a classe trabalhadora buscar alternativas, por isso a Cspb decidiu convocar os sindicalistas do mundo para a conferência. “É uma assunto que está fervilhando, é um assunto oportuno e achamos que a conferência vai ser o momento de um salto de qualidade no movimento sindical, que vai, pela primeira vez, participar da propositura de soluções”, disse.
Amanhã (27), os representantes sindicais debaterão os impactos da crise econômica mundial no Brasil e na América Latina e os reflexos do processo de unidade sindical internacional da América Latina e do Brasil. As conclusões dos dois dias de conferência serão compiladas em um documento que, segundo o presidente do Cspb, guiará o movimento sindical dos servidores públicos.
“Com isso, vamos formular as demandas coms instituições, com o governo, projetos de modificações na Constituição e, principalmente, mobilizar a sociedade, e não apenas o movimento sindical, para a necessidade de construir um poder social real”, afirmou.
Edição: Aécio Amado
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