29 de Junho de 2009 - 06h17 - Última modificação em 29 de Junho de 2009 - 06h17
Integração regional é saída para países latinos enfrentarem crise
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os resultados alcançados pelo Brasil, principalmente a partir de 2003, com o aumento de recursos para a área de formação de recursos humanos e inovação nas empresas serão apresentados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) na 19ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Portugal, no mês de novembro. Uma das questões centrais é a integração regional.
Hoje (29) e amanhã, o ministério promove no Rio, em parceria com a Secretaria Geral Ibero-Americana, o seminário Políticas Públicas para Incentivar a Inovação no Setor Privado: uma Agenda Prioritária, preparatório à cúpula.
O secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, afirmou que o marco regulatório deu destaque à questão de recursos humanos, de reforço das universidades, de pesquisa e infraestrutura laboratorial. Ao mesmo tempo, houve avanço em relação à inovação nas empresas.
Elias informou que na cúpula de novembro, o ministério pretende colocar alguns itens prioritários para o país, entre eles a integração regional. “É um ponto fundamental para os países superarem as suas desigualdades e enfrentarem a crise econômica que estamos vivenciando”.
É importante também que haja reforço para a questão da pesquisa e desenvolvimento (P&D) no setor empresarial, destacou. Com esse objetivo, o ministério está participando do Movimento Empresarial para a Inovação, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), para que aumente o grau de inovação na iniciativa privada.
Luiz Elias disse que o nível de inovação nas empresas tem crescido nos últimos anos no Brasil mas que, em comparação aos países desenvolvidos, “ou mesmo a alguns países em desenvolvimento, ele [o Brasil] se coloca numa situação intermediária”.
Segundo o secretário, “essa capacidade de integração regional, elevando a troca de experiências e a capacidade de intercâmbio entre as empresas em P&D, fazendo um grau de cooperação mais efetivo dos centros de pesquisa para que a gente possa aumentar a capacidade da região, é ponto fundamental”.
Convênio firmado pelo ministério em 2007 atribui à Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) o papel de dar o suporte necessário às políticas públicas para inovação na América Latina.
Elias afirmou que não faltam recursos para estimular a inovação empresarial no Brasil. “O governo, em parceria com a sociedade, avançou muito no marco regulatório e na capacidade de recursos disponibilizados para a inovação”.
A integração que existe atualmente entre três fontes específicas de financiamento - a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras - garante os elementos de apoio ao processo inovador da cadeia produtiva nacional, explicou.
O governo, de acordo com o secretário, tem demonstrado de forma clara e objetiva sua capacidade de estimular a questão da inovação. “A resposta que nós esperamos é que as empresas tenham efetivamente, mesmo diante da crise, a manutenção dos seus centros de P&D como elemento estratégico para a superação dessa crise financeira”.
O seminário, que será realizado na sede do BNDES, servirá para examinar como os países latinos e caribenhos estão enfrentando essa crise externa, “olhando a inovação como eixo estratégico”. O encontro encerra um ciclo de três sessões promovidas pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib), já ocorridas este ano na Argentina e no México.
O secretário explicou ainda que a idéia é que as conclusões contribuam para a elaboração de um documento que será levado a Portugal no mês de julho, onde receberá manifestações dos governos e empresas para ser submetido às chancelarias. O documento final sobre a temática da inovação empresarial será, então, apresentado na 19ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo.
Edição: Graça Adjuto
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