29 de Janeiro de 2010 - 17h48 - Última modificação em 29 de Janeiro de 2010 - 17h48
Diretor do Instituto das Águas da Bahia alerta para efeitos do clima no estado
Mariana Jungmann
Enviada Especial
Salvador - Os efeitos do aquecimento global poderão atingir de maneira especialmente perversa a população baiana. Essa é a opinião do diretor-geral do Instituto de Águas da Bahia, Júlio Rocha, que participou hoje (29) de mesa sobre Mudanças Climáticas no Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT Bahia).
Segundo Rocha, 69% do estado tem clima semiárido. Essa característica associada às plantações de 600 mil hectares de eucaliptos no sul da Bahia, torna a preocupação com a desertificação ainda maior. “Nós precisamos discutir sustentabilidade sabendo que muitos sofrerão mais do que outros”, afirmou Rocha.
De acordo com ele, dados da Universidade Federal da Bahia dão conta de que a partir de 2070 o estoque hídrico do estado começará a sofrer diminuição drástica, o litoral terá a temperatura média 2ºC maior e o semiárido terá aumento de 5ºC. “Imagine o que significa um aumento de 5ºC numa região com extrema escassez de água”, alertou.
Na opinião dele, não há como resolver o problema se não houver mudança nas relações de consumo, uma vez que o “capitalismo é em si predatório”.
O diretor do Instituto de Águas da Bahia esteve na Conferência do Clima em Copenhague e se disse otimista sobre o que foi discutido lá. Segundo Rocha, apesar de os resultados na Dinamarca não terem sido decisivos para resolver o problema do aquecimento global, os efeitos das discussões serão cumulativos.
“Acho que Copenhague significou um acúmulo de processos que vão se dar esse ano, no ano que vem e nos outros”, finalizou.
Edição: Lílian Beraldo
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