28 de Janeiro de 2010 - 13h59 - Última modificação em 28 de Janeiro de 2010 - 13h59
Zelaya articula ida ao México para pleitear vaga no Parlamento Centro-Americano
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em Santo Domingo (capital da República Dominicana) desde a noite de ontem (27), o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, sinalizou que pretende ficar pouco tempo no país. Zelaya articula sua ida para o México, em busca de uma vaga no Parlamento Centro-Americano (Parlacen). O presidente deposto não esconde também que planeje retornar, sem ameaças a ele e seus seguidores, para Tegucigalpa (capital hondurenha).
O Parlacen é uma instituição política, integrada pelos países da América Central, que elege um total de 20 deputados. Os parlamentares cumprem mandato de cinco anos e são eleitos pelos países -membros.
No período que permanecer em Santo Domingo, Zelaya será tratado pelo governo do presidente dominicano, Leonel Fernández, como um “hóspede distinto”. Para Fernández, Zelaya é o “símbolo da democracia” e disse estar orgulhoso de conceder abrigo ao hondurenho. O presidente dominicano afastou a hipótese de tratar Zelaya como um “asilado”.
Ao chegar à República Dominicana, Zelaya criticou a chamada Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) por ter ocorrido o fracassado nas negociações para que ele retornasse ao poder, logo depois que ocorreu o golpe de Estado em Honduras.
Nos últimos meses, o novo presidente de Honduras, Porfirio “Pepe” Lobo Sosa e Fernández negociaram a concessão do salvo-conduto e a saída de Zelaya, sem riscos para ele e sua família. Depois de 126 dias abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o presidente deposto deixou ontem, no final da tarde, o prédio acompanhado pela mulher, Xiomara, a filha Xiomara Hortensia e o secretário Rafael Tomé.
Em 28 de junho de 2009, houve o golpe de Estado em Honduras por uma ação conjunta de integrantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e do Congresso Nacional sob o comando do ex- presidente hondurenho, Roberto Micheletti. Na ocasião, Zelaya foi deposto e deixou o país.
Três meses depois, Zelaya retornou à capital hondurenha e abrigou-se na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa na companhia de parte da família e cerca de 60 correligionários. O governo brasileiro o tratou como “hóspede” e “amigo do Brasil”. A embaixada foi cercada por militares das Forças Armadas de Honduras e mantido sob permanente vigilância.
Na última terça-feira (26) o Congresso Nacional de Honduras aprovou o decreto de anistia que perdoa os golpistas e também o presidente deposto e seus aliados. No mesmo dia a Corte Suprema do país absolveu os comandantes militares que participaram da ação contra Zelaya.
Edição: Talita Cavalcante
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