29 de Janeiro de 2009 - 05h52 - Última modificação em 29 de Janeiro de 2009 - 07h25
Brasil deve ter postura mais agressiva para conquistar novos mercados, diz embaixador
Cristiane Ribeiro*
Enviada Especial
Argel (Argélia) - O Brasil deve ser mais agressivo para conquistar mercados hoje dominados pela União Européia. A declaração é do embaixador do Brasil na Argélia, Sérgio França Danese. Segundo ele, a crise financeira que atinge os mercados internacionais traz preocupações, pois já está refletindo em um acirramento da disputa pelos melhores produtos e por melhores preços. No entanto, conforme enfatizou o embaixador, o Brasil não deve estar ausente dessa disputa e os empresários devem continuar apostando na sua competitividade.
“Para os países do Norte da África (Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos), o Brasil é um modelo de desenvolvimento, só que os governos e empresários desses países precisam conhecer melhor o nosso potencial em diversos setores, inclusive nossa tecnologia em pesquisas”, acrescentou Danese.
Ao acompanhar na Argélia a delegação de empresários brasileiros em missão comercial ao norte da África, o embaixador destacou que os encontros entre empresários dos dois países são fundamentais para que a idéia de cooperação sul-sul não fique somente no discurso.
“A economia argelina está se abrindo agora e há uma demanda reprimida muito grande, que pode ser preenchida pelos brasileiros. Por isso é importante o contato entre governos e empresários”, disse.
A Argélia tem hoje uma população de 34 milhões de habitantes, dos quais 2,5 milhões vivem na capital Argel. Segundo dados da Office National des Statistiques, o desemprego atinge cerca de 12% da população ativa, estimada em pouco mais de 10 milhões de pessoas. “A chegada de novos negócios certamente trará mais emprego para os argelinos”, acrescentou.
A economia do país gira em torno da produção e exportação de petróleo e gás e cerca de 45% das necessidades alimentares da Argélia são oriundas de importação.
Ainda de acordo com o embaixador do Brasil na Argélia, atualmente cerca de 50 brasileiros vivem no país. A maioria, segundo ele, presta serviços para uma construtora brasileira instalada na capital.
*A repórter viajou a convite do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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