23 de Fevereiro de 2009 - 20h00 - Última modificação em 23 de Fevereiro de 2009 - 20h41
Bloco reúne mulheres de todas as idades no carnaval de Nazaré da Mata (PE)
Ivy Farias
Enviada Especial
Nazaré da Mata (PE) - Dona Alzira Uchoa, de 86 anos, é a maior prova da atração que o maracatu exerce sobre as pessoas. Moradora de Nazaré da Mata, município a 65 quilômetros de Recife, ela é a fundadora do Bloco As Burras Formosas de Juá. O bloco desfila todo ano pelas ruas da cidade.
"Gostamos de ser chamadas de burras", diz a professora Delci Uchoa, sobrinha de dona Alzira, e que está no bloco desde a fundação, há 10 anos.
Vestindo roupa de chita, tecido típico da região, ela fala que o carnaval das burras não tem preconceito algum. "Temos moças e velhas, negras e brancas, de todos os credos e profissões", disse.
As Burras formam quase que um clã. Nos 360 dias do ano em que não estão na folia, as 93 burras, como são chamadas as integrantes do bloco, convivem como amigas e colegas de trabalho. "Somos todas parentes e amigas", afirmou.
A professora disse que o bloco não é um clube fechado e aceita mais mulheres, desde que "se agreguem". "Quem vier acaba ficando para sempre", disse.
Segundo Delci, os homens não entram neste "clube da Luluzinha" de Nazaré. "Quer dizer, eles entram na orquestra. Só servem para isso", brincou a professora.
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