24 de Fevereiro de 2009 - 10h05 - Última modificação em 24 de Fevereiro de 2009 - 10h04
Em Mariana e Ouro Preto, casais de turistas buscam alternativas à folia
Marco Antonio Soalheiro
Enviado Especial
Ouro Preto e Mariana (MG) - Como não há concentração maciça de pessoas nas ruas durante o carnaval, em boa parte do dia, a cidade histórica de Mariana é procurada por turistas mais interessados em apreciar a arquitetura colonial, as peças de arte barroca e a culinária regional do que na folia dos blocos.
Um deles é o jornalista Guilherme Ítalo, de 29 anos, que se hospedou com a namorada e mais cerca de 30 pessoas em um sítio da região. A folia do grupo - 90% casais - acontece lá, já que eles não consideram o clima dos blocos adequado para quem está acompanhado. Eles foram à cidade para conhecer o centro histórico, com seus casarões dos séculos 18 e 19 revitalizados.
O casal paulista Vinícius, de 31 anos, e Diana Rego, de 27, foi às cidades históricas mineiras no feriado com “motivação totalmente cultural”, nas palavras dele. Os dois acordam cedo e começam a circular pelas dezenas de museus e igrejas de Ouro Preto e Mariana, com máquina fotográfica em mãos para registrar imagens do que for permitido e das paisagens emolduradas pelas ladeiras.
De mais longe saíram o engenheiro Marcus Cortes, de 27 anos, e a namorada Laís Cardoso, de 21 anos. Hospedados em Ouro Preto, os sergipanos não dispensam a folia, mas só se entregam a ela à noite. Nas tardes, a preferência é pela “contramão do carnaval”, com visitas aos monumentos e peças.
“Vamos visitar todos os museus de Ouro Preto e Mariana. Como a cidade está lotada e os museus estão vazios, a maioria parece que quer só a folia. Mas nós viemos de longe e vamos aproveitar as duas coisas”, afirmou Marcus.
Um boa opção para quem procura uma alternativa à agitação dos blocos é o passeio de Maria Fumaça, com duração de uma hora, entre Ouro Preto e Mariana, que sai por R$ 18. No trajeto é possível contemplar a beleza de montanhas e cachoeiras da região. O trem turístico foi reativado em maio de 2006 pela Companhia Vale do Rio Doce e propicia aos passageiros uma espécie de retorno ao passado.
“Mau pai foi ferroviário por aqui e cada viagem para mim continua sendo emocionante. É uma marca forte da história da região”, ressaltou Aparecida Pereira, que há 3 anos seguidos deixa a cidade de Carangola, na Zona da Mata mineira, para passar o carnaval em Ouro Preto e Mariana.
A pernambucana Fabiana Darc, de 35 anos, deixou seu estado para fugir do carnaval de lá e se encontrar o namorado que mora em Ouro Preto. Com sofisticadas máquinas fotográficas em punho, a prioridade dos dois são belezas históricas e naturais. “É a primeira vez que ando de trem e este, para as fotos, é muito bom”, contou Fabiana.
Aos 54 anos, José Carlos de Souza e a mulher viajaram de Fernandópolis, interior de São Paulo, para passar o carnaval em Ouro Preto, apesar de alguns amigos terem dito que eles iriam para uma “bagunça”.
“Eu vim porque gosto de ficar no meio de jovens”, brincou Souza. O casal considera que, mesmo quem não curte carnaval, pode visitar a cidade nesse período para passear e conhecer as igrejas e museus. Também se encantaram com o frango com quiabo e o feijão tropeiro, tradicionais na culinária mineira.
Durante todo o ano, as cidades históricas mineiras são procuradas também por muitos estrangeiros atraídos pelo turismo cultural. No carnaval eles são mais raros, mas há alguns jovens europeus hospedados nas repúblicas estudantis, estes com o objetivo de farrear.
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