31 de Dezembro de 2009 - 12h09 - Última modificação em 31 de Dezembro de 2009 - 12h11
Trinta e dois brasileiros que estavam no Suriname desembarcaram em Belém
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Divulgação FABBrasília - Um grupo de 32 brasileiros, formado por 22 homens, nove mulheres e uma criança, que estavam no Suriname, desembarcou em Belém (PA) ontem (30), às 21h40 (horário de Belém). Os brasileiros viajaram em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), enviada pelo governo, para dar assistência especial aos cinco feridos – dois deles mais graves, embora sem risco de morte. Também foi autorizado o embarque de todos aqueles que demonstraram interesse em retornar ao Brasil.
Belém - Brasileiros que sofreram agressões de quilombolas surinameses chegam à capital paraense em avião da FAB
De acordo com a FAB, o voo foi tranquilo e todos os brasileiros receberam atendimento médico para verificar o estado de saúde de cada um deles. A prioridade foi para os cinco feridos, pois dois deles - Raimundo Silva Pereira e Francimar Nascimento Pinheiro – eram os mais graves. Um deles corre o risco de ter o braço amputado, em decorrência de ferimentos causados por cortes de facão, e o outro teve a mandíbula fraturada.
A aeronave C-130 foi equipada com uma unidade de terapia intensiva (UTI) móvel e seguiu viagem com dois médicos e um enfermeiro, além de auxiliares. O voo decolou no final da manhã de ontem (30) de Brasília e retornou no mesmo dia para Belém. Inicialmente, a ideia era transportar 33 brasileiros. Mas um deles cancelou a viagem momentos antes da partida.
Os diplomatas afirmam que, em geral, os cerca de 15 mil brasileiros que vivem no Suriname não têm vontade de retornar ao Brasil. Eles estão lá com o objetivo de juntar dinheiro para só depois voltar ao país.
Os brasileiros que desembarcaram ontem em Belém estavam na cidade de Albina (a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname) na madrugada do dia 24, quando houve o ataque promovido pelos quilombolas surinameses (descendentes de escravos).
Na véspera de Natal, aproximadamente 300 “marrons”, quilombolas do Suriname, atacaram um grupo de 200 estrangeiros - entre brasileiros, chineses e javaneses que viviam em Albina. Houve agressões físicas, estupros e depredações. Há suspeitas de pessoas desaparecidas e mortas, mas o Itamaraty não confirma.
Por segurança, o governo brasileiro retirou todos de Albina. Os brasileiros estão hospedados em quatro hotéis de Paramaribo (Confort, Esmeralda, Nobre e Perola), custeados pelo Ministério de Relações Exteriores. Há, ainda, os que optaram por casas de amigos, na mesma região. De acordo com diplomatas, a principal dificuldade é que boa parte dos que vivem no Suriname está ilegalmente no país vizinho e não demonstra interesse em legalizar sua situação.
Edição: Andréa Quintiere
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