29 de Março de 2009 - 18h36 - Última modificação em 29 de Março de 2009 - 18h36
Paulo Bernardo: BID ficou pequeno para a região onde atua
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Da Colômbia, onde participa da reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em que se discute a necessidade de aumentar o capital da instituição, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje (29), em entrevista à Agência Brasil, que “o BID ficou pequeno para a região onde ele atua, que é a América Latina e o Caribe”.
O aumento do capital, segundo o ministro, é uma medida de enfrentamento da escassez de crédito provocada pela crise econômica internacional. Essa ampliação elevaria a capacidade da instituição de conceder empréstimos destinados a financiar projetos sociais e de infra-estrutura para a América Latina e o Caribe.
De acordo com Paulo Bernardo, o aumento de capital giraria em torno de US$ 150 bilhões, volume que se somaria ao atual capital de US$ 100 bilhões do BID.Paulo Bernardo disse que o aporte de mais recursos abriria um bom espaço para atender às atuais demandas por financiamento nas regiões, mas que, durante as discussões ocorridas hoje (29), na cidade colombiana de Medellín, houve a ponderação de que essa é uma medida que requer tempo para que seja colocada em prática.
“Ponderamos que um processo desse não se resolve rapidamente, porque os países têm que se colocar de acordo, depois submeter a algumas instâncias. No nosso caso, temos que falar com o Guido Mantega [ministro da Fazenda] e o presidente Lula, depois ainda tem que ir para o Congresso, que tem que aprovar”.
O Brasil tem uma demanda por recursos do BID de R$ 12 bilhões e a instituição dispõe de R$ 6 bilhões para emprestar ao país no biênio 2010/2011.
Os empréstimos do BID são voltados principalmente para o setor público, apenas 10% se destinam a financiar projetos da iniciativa privada, que é fortemente afetada pela escassez de crédito provocada pela crise. Paulo Bernardo disse que, apesar da posição brasileira de que seja discutido também o aumento para financiamentos de projetos da iniciativa privada, isso não deve ocorrer.
“Como hoje está faltando dinheiro para o setor público, evidente que não vão concordar em aumentar para a iniciativa privada. Então, enquanto não resolver esse problema do capital, não tem nenhuma possibilidade de fazer mudança disso”, avaliou o ministro.
O evento do qual Bernardo participa, a Reunião Anual das Assembléias de Governadores do BID, vai até o dia 31 de março. O encontro reúne autoridades dos 48 países membros da instituição. O BID é o maior banco regional de desenvolvimento do mundo e a principal fonte de financiamento multilateral para a América Latina e o Caribe.
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