Senador quer que Receita e PF investiguem patrimônio de diretor-geral do Senado
Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu hoje (2) que as investigações sobre a evolução patrimonial do diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, sejam conduzidas não só pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas, também, pela Receita Federal e pela Polícia Federal. Matéria publicada neste fim de semana pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que o diretor teria ocultado de sua declaração de bens uma mansão de R$ 5 milhões, na qual reside hoje, comprada em 1996.
Em conversa hoje, pela manhã, com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Demóstenes Torres sugeriu que Agaciel Maia fosse afastado temporariamente do cargo até o fim das investigações. Em resposta, Sarney teria dito, de acordo com Torres, que esse “não é o seu estilo” e, por isso, determinaria uma investigação imediata por parte do TCU dando um prazo de 15 a 20 dias.
A matéria publicada pelo jornal paulista afirma que o diretor-geral teria colocado a casa em nome do irmão, deputado João Maia (PR-RN), por estar com os bens bloqueados judicialmente na época em que adquiriu o imóvel. O diretor apresentou hoje sua defesa em entrevista coletiva.
Para o senador goiano, que é promotor público de carreira licenciado, só as investigações dirão se Agaciel Maia cometeu ou não algum crime. Ele advertiu, entretanto, que só a possibilidade de o diretor ter omitido informação patrimonial à Receita Federal configuraria práticas de sonegação de bens, ocultação de bens ou lavagem de dinheiro.
Outro que defendeu o afastamento temporário de Agaciel Maia foi o vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). Com o mesmo raciocínio do colega do DEM, o senador disse que não se pode exonerar o servidor do Senado antes da conclusão das investigações.
“Defendo que as investigações sejam feitas rapidamente, se possível concluídas ainda nesta semana. Isso é de interesse do próprio Agaciel Maia. Em qualquer suspeição sobre um funcionário público ele é afastado temporariamente até que sejam concluídas as investigações”, afirmou Álvaro Dias.
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