Marco Aurélio Garcia diz que Itaipu é um impasse político e não energético
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (28), que não há impasse energético e sim político em toda a questão da Usina de Itaipu Binacional, porque o governo paraguaio tem uma determinada visão sobre o Tratado de Itaipu diferente da do Brasil, que é o que vem sendo discutido.
Depois de participar do seminário Estratégia Internacional do Brasil: Investimentos, Serviços e Inovação na Agenda Externa, realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na capital paulista, Garcia disse que Itaipu não é problema e sim a solução.
Segundo ele, os problemas energéticos enfrentados pelo Paraguai não decorrem de Itaipu e sim de opções que governos paraguaios passados fizeram. Ele reforçou que, desde o início de sua gestão, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, fez diversas revisões na implementação do tratado, que implicaram em remuneração melhor para a energia que cabe ao Paraguai e que é comprada pelo Brasil.
“O tratado surgiu em determinada circunstância histórica, que não fomos nós quem criamos nem o atual governo paraguaio. O que nós temos que saber é se temos condições de revisar isso. O que tentamos no momento atual é estudar quais as mudanças que podem ser feitas no quadro do tratado. Eu acho que tem algumas mudanças que podem ser feitas. Estou otimista”, disse Garcia.
O assessor do presidente Lula afirmou, ainda, que existem dois tipos de reivindicações que precisam ser compatibilizadas: de ordem econômica, para as quais são necessários recursos, e de ordem simbólica e política.
“E o atual governo paraguaio foi eleito levantando algumas bandeiras, então ele tem hoje que prestar algum tipo de satisfação. Vamos ter que encontrar um denominador comum para atender a todas essas reivindicações. O presidente Lula e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, têm um diálogo muito bom e eu acredito que isso vai chegar em um bom ponto”, concluiu Marco Aurélio Garcia.
Edição: Antonio Arrais
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