30 de Abril de 2009 - 20h14 - Última modificação em 30 de Abril de 2009 - 20h17
Produção de cana-de-açúcar baterá recorde em 2009, informa Conab
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria da cana-de-açúcar deverá bater recorde histórico com a safra de 2009. A expectativa do setor é de moer entre 622,03 milhões de toneladas a 633,72 milhões de toneladas neste ano. Esse volume oscila entre 8,6% e 10,7% a mais do que as 572,57 milhões de toneladas registradas em 2008. Os dados, divulgados hoje (30) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fazem parte do primeiro levantamento, entre os três planejados pelo órgão para 2009.
Um dos fatores que influenciou o crescimento da produção de cana-de-açúcar são as 28 milhões de toneladas de cana madura remanescentes da safra de 2008, a serem moídas neste ano. Outros fatores apontados pela Conab foram a inserção de mais 25 usinas no setor de produção e o aumento das áreas de canaviais destinadas à indústria sucro-alcooleira, que passou de 7,08 milhões de hectares para 7,79 milhões de hectares.
Segundo a entidade, os estados do Centro-Sul são responsáveis pelo processamento de 90% da produção e os do Norte/Nordeste pelo restante. São Paulo continua liderando o ranking produtivo do país, com uma projeção que varia entre 360,41 milhões de toneladas e 367,69 milhões de toneladas. Isso representa cerca de 58% da cana que será processada em todo o Brasil.
O estado de Goiás foi destacado pela Conab por ter aumentado em 31,3% a sua área de plantio, que chegou a 527,6 mil hectares. Em Mato Grosso do Sul, o aumento foi de 21,5% (335,1 mil hectares). A Região Centro-Oeste registrou crescimento de 20,50%, alcançando a marca de 1,09 milhão de hectares. No Sul, as plantações devem crescer 18,3%, passando a ocupar 644,3 mil hectares.
A Conab trabalha com a expectativa de que a quantidade de cana que irá para a indústria ficará entre 53,24 milhões de toneladas e 54,31 milhões de toneladas, com destaque para o Paraná, que assume a segunda maior produção do país, com 53,1 milhões de tonelada a 54,2 milhões de toneladas, superando Minas Gerais, que deverá ficar com uma produção entre 50,8 milhões de toneladas e 51,8 milhões de toneladas.
A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até 17%, segundo a Conab. Já para o etanol o aumento deverá ser de até 7,7%. Assim, o Brasil vai produzir entre 36,42 milhões de toneladas e 37,91 milhões de toneladas de açúcar, e entre 27,78 bilhões de toneladas e 28,60 bilhões de litros de álcool – sendo cerca de 33% do tipo anidro, para ser misturado à gasolina, e 67% hidratado, para ser vendido diretamente nas bombas.
“Hoje, exportamos 70% do açúcar e cerca de 15% de etanol. Com a valorização do dólar, a quebra de safra na Índia e os bons preços internacionais, o açúcar passou a ter remuneração mais atraente do que o combustível”, explicou o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto. Ele esclareceu que, embora esta safra seja mais açucareira, haverá álcool suficiente para atender os mercados interno e externo.
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