28 de Abril de 2009 - 19h39 - Última modificação em 28 de Abril de 2009 - 22h32
Aula pública na área externa do Congresso discute educação de jovens e adultos
Da Agência Brasil
Brasília - Uma aula pública na parte externa do Congresso Nacional discutiu hoje (28) a situação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. A aula faz parte da Semana de Ação Mundial, coordenada, no país, pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), assinou uma carta que reúne um conjunto de compromissos nacionais e internacionais na área da educação e será encaminhada para a 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea). O evento será realizado em Belém, de 19 a 22 de maio.
Membros da sociedade civil, de movimentos sociais e da comissão também assinaram o documento que inclui o Plano Nacional da Educação, a Declaração de Educação Para Todos e as Metas de Desenvolvimento do Milênio.
A dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Elizabete Ramos, afirmou que a primeira coisa feita pela sociedade civil foi um levantamento das leis existentes. Ela questiona, entretanto, a efetivade dessas normas. "Como é que a gente pode dizer que só porque existe a lei, ela é realidade?".
A crise econômica mundial também deverá ser debatida durante a Confitea, avalia Timothy Ireland, especialista em Educação de Adultos da Unesco no Brasil e organizador da conferência. “Temos que lutar para que os governos não usem a crise para diminuir os investimentos em social e, principalmente, na educação", concluiu.
O presidente da organização não-governamental Ação Educativa, Sérgio Haddad, concorda com o especialista. “Estamos realizando essa semana [de Ação Mundial] e a Confitea em um momento de crise, é uma crise de civilização, de futuro”, afirmou Haddad.
Para Elizabete Ramos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) não é uma prioridade nas políticas de educação. “De uma maneira geral a educação de adultos está relegada a um segundo plano nas prioridades. Então os horários não são necessariamente convenientes para todos, as escolas estão com menos funcionários, as bibliotecas estão fechadas. Isso, quando tem biblioteca”, afirmou. Para a dirigente é necessário pensar nas necessidades do público adulto.
A educação de jovens e adultos também enfrenta dificuldades e barreiras nas prisões, segundo Denise Carreira, relatora da Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação.
Segundo ela, somente 18% dos encarcerados têm acesso a alguma atividade educacional (desde artesanato até o ensino formal). Além disso, a educação de adultos nas prisões sofre com a falta de profissionais de educação (muitas aulas, segundo ela, são dadas por estagiários), precariedade e a falta de condições de infra-estrutura física.
A aula pública foi coordenada pela presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, Maria do Rosário (PT-RS), que é delegada oficial do Estado Brasileiro na Confintea e será a responsável por levar o documento produzido hoje a Belém.
A Semana de Ação Mundial é uma iniciativa da Campanha Global pela Educação e tem como objetivo fazer com que os governos cumpram acordos internacionais na área.
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