29 de Julho de 2009 - 14h46 - Última modificação em 29 de Julho de 2009 - 14h47
Dívida pública sobe em junho
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,259 trilhão em junho, valor que corresponde a 43,1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Os dados foram divulgados hoje (29) pelo Banco Central (BC). Na comparação com maio, houve uma elevação de 0,5 ponto percentual. Em relação a dezembro, o aumento foi de 4,3 pontos percentuais.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, apesar do aumento, a composição do endividamento atualmente está melhor. Ele disse que, em tempos outros, qualquer variação na taxa de câmbio representava um impacto muito forte no endividamento. "Isso hoje já não se dá hoje.” Atualmente, acrescentou Lopes, para cada 1% de variação na taxa de câmbio, o impacto imediato na relação entre a dívida e o PIB é de 0,11 ponto de percentagem.
Lopes acrescentou que as reduções da taxa básica de juros, a Selic, ainda vão surtir efeito na dívida em relação ao PIB. No caso da Selic, para cada um ponto percentual mantido por 12 meses, o impacto na dívida em relação ao PIB é de 0,29 ponto.
Para Lopes, o segundo semestre “tende a ser um pouco melhor”, porque a expectativa é de melhora na atividade econômica, o que gera melhora na arrecadação de tributos pelo governo e, por consequência, aumenta o superávit primário, economia feita pelo governo para honrar seus compromissos financeiros.
O chefe do Departamento Econômico do BC aponta ainda uma expressiva redução dos gastos com juros da dívida, o que deve contribuir para que as contas tenham “um comportamento benigno” no segundo semestre. Em junho, os gastos com juros somaram R$ 13,506, o melhor resultado desde o mesmo mês de 2007 (R$ 10,846 bilhões). No semestre, o valor foi de R$ 78,937 bilhões, o melhor desde o período de janeiro a junho de 2004 (R$ 62,005 bilhões).
O BC espera fechar o ano com a dívida em relação ao PIB em 41,4%. Lopes lembrou, porém, que o governo pode usar a margem de gastos de 0,5% do PIB para o Projeto Piloto de Investimento (PPI). Com o uso do mecanismo, que permite abater do cálculo do superávit primário (economia feita pelo governo para honrar seus compromissos financeiros) investimentos prioritários em infraestrutura e saneamento, a projeção é que a relação entre dívida e PIB fique em 41,9%. Neste mês, o BC estima que essa relação fique estável em comparação com a de junho.
Segundo Lopes, o resultado das contas públicas divulgado hoje, com redução no superávit primário, não é “estranho”, uma vez que há queda na arrecadação e medidas anticíclicas adotadas pelo governo para enfrentar a crise financeira internacional.
Edição: Nádia Franco
Agência Brasil - Dívida pública sobe em junho - Direito Administrativo
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