25 de Novembro de 2009 - 15h32 - Última modificação em 25 de Novembro de 2009 - 17h59
Brasil e Peru assinam acordo para combater tráfico e crime organizado na fronteira
Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado na fronteira entre o Brasil e o Peru será intensificado a partir de 2010. A medida é resultado de um acordo de cooperação policial firmado hoje (25), em Manaus, entre a Polícia Federal brasileira e a Polícia Nacional peruana. Diferentes pontos serão monitorados, mas, por questões de segurança, eles não serão divulgados.
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse à Agência Brasil que o foco principal será a desarticulação das quadrilhas de narcotraficantes. “Entender como funciona a estrutura das quadrilhas é o nosso alvo porque se o foco da ação estiver só na droga nem sempre chegaremos à estrutura montada pelos traficantes”, ressaltou.
Os dois países se comprometem a desenvolver ações conjuntas para apreensão de armas e drogas e reforçar a repressão ao desvio de produtos químicos utilizados por traficantes para manipulação de entorpecentes, como cimento e gasolina. Também está incluído no acordo o intercâmbio de policiais entre os dois países para treinamentos técnicos.
O acordo de cooperação policial entre o Brasil e o Peru é o terceiro do tipo firmado pela Polícia Federal brasileira com países vizinhos. A Bolívia e o Paraguai são os outros países parceiros das ações. Tradicionalmente, a Colômbia, a Bolívia e o Peru são os principais fornecedores de cocaína para o Brasil. Do Paraguai, o território brasileiro costuma receber maconha.
Para Corrêa, as áreas de fronteira impõem aos policiais o desafio de garantir a fluidez de pessoas e mercadorias e, ao mesmo tempo, combater o crime organizado e o tráfico de drogas.
“Os países hoje fazem um esforço muito grande para se unirem em blocos, como no Mercosul. Isso demonstra o desejo de facilitar o trânsito de pessoas e mercadorias e por isso o modelo antigo de fronteiras, com barreiras e dificuldades de trânsito, não é compatível com esse momento”, disse.
Para o diretor antidrogas da Polícia Nacional do Peru, Tedy Bartra Arevalo, a parceria vai garantir mais eficácia às ações realizadas na fronteira. “O acordo é um instrumento que vai nos servir melhor para garantirmos a paz, a ordem e também a luta contra as drogas”, afirmou.
O Brasil e o Peru têm mais de 2,9 mil quilômetros de fronteira. Ainda não existem dados precisos sobre a quantidade de droga que circula entre os dois países e quais são as principais rotas do tráfico. Por enquanto, estima-se que o Porto de Maldonado, no sul do Peru, seja, possivelmente, o principal ponto de partida das drogas que saem do país com destino ao Brasil, sobretudo via fluvial. No Brasil, as portas de entrada são as cidades de Tabatinga (AM) e Cruzeiro do Sul (AC).
Edição: Lílian Beraldo
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