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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Agência Brasil - Segurança de patrimônio cultural depende de envolvimento da sociedade, diz especialista - Direito Público

 
23 de Novembro de 2009 - 15h56 - Última modificação em 23 de Novembro de 2009 - 19h32


Segurança de patrimônio cultural depende de envolvimento da sociedade, diz especialista

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil

 
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São Paulo - A segurança dos museus e do patrimônio cultural brasileiro - como estátuas em praças, igrejas e arquivos - foi a pauta de um encontro que reuniu hoje (23) na Universidade de São Paulo (USP) especialistas brasileiros e estrangeiros. O evento foi promovido pelo Comitê Brasileiro do Conselho Internacional dos Museus (Icom-BR).

Para o diretor do Icom-BR, Carlos Roberto Ferreira Brandão, os museus assumiram a responsabilidade de guardar e divulgar o patrimônio cultural. De acordo com ele, a questão da segurança não se resume apenas a comprar equipamentos modernos. "Vandalismo, descaso, deterioramento são todos problemas que envolvem a segurança das obras", afirmou. De acordo com ele, a segurança destas instituições depende do envolvimento de toda a sociedade e de uma mudança de cultura. "Todos temos que ser responsáveis para cuidar do que é nosso", completou.

O juiz da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, Fausto De Sanctis, que também participou do seminário, explicou os motivos que o levaram a destinar obras de arte de um ex-banqueiro acusado de lavar dinheiro para museus. O juiz afirma que sua decisão tinha o intuito de evitar que o próprio acusado recomprasse as suas obras em um leilão, o que, segundo ele, "seria a lavagem perfeita de dinheiro". "E não foi só isso: penso que um artista crie uma obra para ser vista por um público e que esta é sua função, portanto, não poderia ficar em uma casa particular, fechada. Neste caso, a missão cabia à Justiça", afirmou.

De Sanctis disse que recebeu muitas críticas por sua atuação e afirmou que, para a sociedade brasileira, a cultura é considerada um bem menor. "Para o brasileiro a cultura é futebol. Acho que nós, cidadãos, não devemos desistir por contas das críticas e nos juntar para defender o patrimônio cultural", disse.

O coordenador do patrimônio museológico do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Cícero de Almeida, disse que em termos de políticas públicas para a segurança dos museus o Brasil "tem tido dificuldades, mas muitos avanços" e destacou a criação da Política Nacional de Museus, em 2003, e do Sistema Brasileiro de Museus, além do Cadastro Nacional de Museus.

Para ele, não faltam instrumentos e políticas públicas para garantir a segurança nos museus, o que falta é uma nova organização social. "É sabido que o Brasil é uma rota de lavagem de dinheiro em obras de arte e este é um problema maior do que entrar no museu e roubar quadros", afirmou



Edição: Lílian Beraldo  


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