Governador do DF exonera secretário que ajudou PF a investigar esquema de compra de deputados
Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador José Roberto Arruda (DEM) exonerou na tarde de hoje (27) o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. Além disso, Arruda afastou de seus cargos o secretário de Educação, José Luiz Valente; o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel; o chefe de gabinete da Governadoria, Fábio Simão, e o assessor de imprensa Omésio Pontes.
Todos são citados na Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nas primeiras horas de hoje para coletar provas sobre a suposta distribuição de recursos ilegais à base aliada do governo do Distrito Federal. Segundo a PF, 29 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram cumpridos em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte.
A operação envolveu cerca de 150 policiais federais que apreenderam computadores, mídias e documentos, além de R$ 700 mil, US$ 30 mil e 5 mil euros. Todo o material será analisado e encaminhado ao STJ.
Delegado da Polícia Civil aposentado, Barbosa integrou o governo de Joaquim Roriz (PSC), durante o qual chegou a presidir a Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), alvo de numerosas denúncias de irregularidades, como a contratação indevida de empresas terceirizadas. Por ter colaborado na campanha eleitoral de Arruda, em 2006, foi nomeado secretário de governo.
Investigado pelos crimes praticados durante a gestão de Roriz, Barbosa teria aceitado ajudar na investigação do atual esquema em troca de que uma eventual pena seja reduzida. Ele aceitou que escutas fossem instaladas em suas roupas e, com isso, gravou uma conversa em que Arruda supostamente oferece propina a deputados distritais aliados.
De acordo com nota divulgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Barbosa foi colocado no programa de proteção de testemunhas da PF.
Edição: João Carlos Rodrigues
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