27 de Novembro de 2009 - 18h16 - Última modificação em 27 de Novembro de 2009 - 18h16
Governo superestimou dados sobre desmatamento do Cerrado
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O desmatamento do Cerrado entre 2002 e 2006 foi menor do que o governo havia anunciado. A área atingida foi de 85.075 quilômetros quadrados (km²) do bioma e não 127.564 km², como o governo divulgou em setembro. A diferença de 33% foi resultado de revisão que mostrou que parte da derrubada registrada para o período aconteceu antes de 2002.
O ritmo anual de devastação do bioma é de 14 mil km² por ano. A estimativa, antes da correção, era de 20 mil km² por ano.
De acordo com Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dos 177 mil km² de desmatamento detectados até 2008, somente a metade foi confirmada para o período entre 2002 e 2008, a outra parte aconteceu antes de 2002.
Apesar da correção, o percentual do bioma desmatado até 2008 não foi alterado. O Cerrado já perdeu cerca de 48% de sua cobertura vegetal original.
Em nota técnica, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a correção dos dados contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
O governo argumenta que a superestimativa não compromete a credibilidade das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa – que contabilizam a queda no desmatamento do Cerrado.
“Os dados utilizados pelo governo para estimar as taxas anuais de emissão de gases de efeito estufa e para definir metas nacionais para sua redução até 2020 foram baseados nos novos dados revisados de desmatamento no bioma Cerrado”, diz a nota do governo.
Edição: Rivadavia Severo
Agência Brasil - Governo superestimou dados sobre desmatamento do Cerrado - Direito Público
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