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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Agência Brasil - Comunidades do Rio atendidas pelo Pronasci vão discutir ações contra a violência - Direito Público

 
1 de Julho de 2009 - 13h45 - Última modificação em 1 de Julho de 2009 - 13h45


Comunidades do Rio atendidas pelo Pronasci vão discutir ações contra a violência

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

 
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Rio de Janeiro - Representantes de 18 comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro atendidas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) se reúnem a partir da próxima sexta-feira (3). O objetivo é discutir ações voltadas à redução da criminalidade e da violência por meio do fortalecimento dos laços comunitários e do exercício da cidadania. Durante a Conferência Livre Rio Cultura de Paz, os participantes vão elaborar propostas que serão levadas à Conferência Nacional de Segurança Pública, marcada para agosto, em Brasília.

De acordo com o coordenador-geral do Pronasci-Rio, Sérgio Andréas, é importante identificar caminhos para que a sociedade civil possa intervir diretamente nos processos e ações de segurança pública no país.

“Nesse encontro as comunidades poderão indicar que elementos ligados a esse tema podem ser ainda mais incentivados pelo governo do estado em parceria com o federal, afinal segurança, educação, saúde são problemas das próprias comunidades e é preciso ouvi-las para que, junto com os profissionais, encontremos formas de melhorar a convivência pacífica nesses locais”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

No Rio de Janeiro, o Pronasci, desenvolvido pelo Ministério da Justiça em parceria com governos estaduais e municipais, atende 5,6 mil pessoas, entre jovens e mulheres. Os dois principais projetos são o Mulheres da Paz, que capacita moradoras para identificar em suas comunidades jovens em situação de vulnerabilidade social e encaminhá-los a outras iniciativas do Pronasci, e o Proteção dos Jovens em Território Vulnerável (Protejo), que recebe a maioria desses jovens, oferecendo capacitação profissional.

Para Laila Fernandes, de 21 anos, moradora de Macaé, no norte do estado, participar do projeto representa uma chance de não se envolver com o tráfico. “Eu tenho duas filhas pequenas, a menor tem 10 meses. Eu vivia deprimida, fumava cigarro e andava à toa pela rua, sem muita perspectiva porque não consegui terminar meus estudos. Não cheguei a me envolver com o tráfico, mas essa é uma possibilidade muito próxima dos jovens da minha comunidade. É muito fácil entrar por esse caminho”, disse Laila.

Ela frequenta o curso de administração no âmbito do Protejo e faz planos para o futuro. “Quero me formar e conseguir um emprego para sustentar minhas filhas e dar a elas um futuro”, acrescentou.

Já Kelly dos Santos, de 28 anos, resolveu desde o fim do ano passado participar do Mulheres da Paz em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Aos dois meses de gravidez, ela afirma ter esperança de, por meio do projeto, ajudar a transformar a situação de sua comunidade.

“Espero ajudar a mudar as coisas por aqui, no local onde minha filha vai nascer. É comum vermos jovens com baixa autoestima, que têm relações sexuais antecipadamente e acabam virando pais sem qualquer estrutura, envolvidos com a criminalidade e o tráfico de drogas. Muitos deles só precisam de um pequeno empurrão para mudar de vida e é isso que a gente faz. Somos, na verdade, olheiras do bem”, disse.

A Conferência Livre Rio Cultura de Paz será realizada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Nos dias 3 e 4, o debate vai reunir as integrantes do Mulheres da Paz e nos dias 17 e 18, os jovens do Protejo.



Edição: Juliana Andrade  


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