30 de Junho de 2009 - 18h14 - Última modificação em 30 de Junho de 2009 - 21h59
Pesquisa mostra que é maior na favela o índice dos que acreditam nas obras do PAC
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os moradores da Favela de Manguinhos, favela do Rio de Janeiro atendida pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), acreditam mais nas obras de urbanização do governo federal do que os moradores de outras regiões da capital fluminense.
Com notas de zero a 10, os moradores de Manguinhos pontuaram o saneamento com nota 4,6, enquanto os demais deram nota 6. Para o lazer, a favela atribuiu nota 3,5 e os demais, nota 4,6.
É o que revela a pesquisa Dimensões da Cidade: Favela e Asfalto, organizada pelo Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais (Ibase). Dos 400 entrevistados da comunidade de Manguinhos, que fica na zona norte, 72% afirmaram que o PAC vai “cumprir seus objetivos”.
Por outro lado, 59% dos 410 moradores de outras áreas do Rio avaliam como “baixa” essa possibilidade. A opinião de quem não vive na favela, sobre o programa do governo, é de que as obras “são de fachada”. O índice dos que pensam assim é de 77%. Na favela, esse percentual é de 30%. .
“Não podemos dizer que os moradores de fora da favela têm uma visão ruim sobre o PAC. Eles são menos informados, de modo geral. Dessa maneira, a credibilidade é menor”, explica uma das responsáveis pela pesquisa, Mariana Dias. “Quem mora em Manguinhos está vendo o trator na rua, vê a obra acontecendo e quem está na cidade tem uma certa descrença”, completou.
Para o “PAC dar certo”, os moradores avaliam a necessidade de investimentos em educação e cultura. Em entrevista à Agência Brasil, no mês passado, o presidente da associação de moradores da Favela de Manguinhos, Erivaldo Lira, havia cobrado capacitação profissional, aulas de educação ambiental, além de projetos culturais. “O nosso campo de futebol e os bailes funk não podem ser as únicas opções de lazer”.
A pesquisa do Ibase também revela disparidades nas opiniões sobre a oferta de 12 serviços públicos na cidade. Embora os resultados apontem a necessidade de melhorias em todos eles, esgoto e lazer tiveram avaliações bem diferentes pelos dois grupos entrevistados, moradores da favela e das outras áreas da cidade.
Os moradores do Rio, no entanto, concordam que a segurança pública precisa mudar. Com nota 2,9 – a menor entre todos os serviços -- os moradores declararam sofrer diversos tipos de violência, dentro e fora da favela. Chama atenção o fato de 22% dos favelados terem sido vítimas de violência policial contra 13%, dos demais.
Com investimentos de R$ 368 milhões, o PAC na comunidade de Manguinhos atenderá a cerca de 12 mil famílias, com creches, quadras de esporte, parque aquático, dragagem de rios, praças, iluminação pública, novas habitações e coleta de lixo. Muitas dessas obras estão no início ou ainda não começaram.
Edição: Lana Cristina
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