27 de Novembro de 2009 - 19h27 - Última modificação em 27 de Novembro de 2009 - 19h27
Representantes da Unasul preparam resolução crítica sobre bases militares na Colômbia
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Sem a presença do chanceler e do ministro da Defesa da Colômbia, os integrantes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) – os países sul-americanos e mais o Suriname e a Guiana – preparam, durante reunião no Equador, uma resolução sobre eventuais acordos militares firmados na região. A iniciativa é uma resposta à ação colombiana de negociar com o governo dos Estados Unidos a manutenção de sete bases militares em território da Colômbia.
Os ministros de Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Defesa, Nelson Jobim, participam da reunião, que está sendo realizada hoje (27) em Quito, capital equatoriana. O objetivo é definir, na resolução, os termos sobre medidas de transparência, notificações relativas a supostas decisões de segurança e ações de invasão.
Em Quito, todos os governos dos 12 países-membros da Unasul - Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela – enviaram representantes, exceto a Guiana. No entanto, apenas o Brasil, o Peru, o Equador e a Venezuela estão representados por seus ministros.
Uma das propostas avaliadas foi sugerida pelo governo do Peru, o chamado Protocolo de Paz, Segurança e Cooperação na União das Nações Sul-Americanas. Porém, peruanos evitam uma posição mais severa em relação à decisão colombiana.
A Colômbia foi duramente criticada pelos países vizinhos pela iniciativa de negociar a presença das bases militares com os Estados Unidos, mas o governo do presidente Álvaro Uribe argumentou que o objetivo das bases militares é conter o tráfico de drogas e de armas, além da eventual ação de grupos ilegais. O estado de tensão entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é permanente.
De acordo com diplomatas brasileiros, o acordo negociado entre a Colômbia e os Estados Unidos é amplo, autorizando inclusive o livre acesso à região por parte dos militares norte-americanos, além da reconstrução de áreas eventualmente destruídas e permite o trânsito nas áreas específicas.
O acordo militar gerou tensões na América Latina, especialmente entre a Colômbia e a Venezuela. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez duras críticas a Uribe e pediu explicações para seus diplomatas que serviam na Colômbia.
Edição: Nádia Franco
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