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domingo, 23 de novembro de 2008

Agência Brasil - Audiência pública vai discutir contaminação de água por urânio na Bahia - Direito Administrativo

 
7 de Novembro de 2008 - 20h10 - Última modificação em 7 de Novembro de 2008 - 20h33


Audiência pública vai discutir contaminação de água por urânio na Bahia

Da Agência Brasil


 
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Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) está realizando uma audiência pública no município Caetité (BA) para discutir a extração de urânio pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). O principal objetivo é ouvir a comunidade local sobre a denúncia de contaminação por urânio da água de alguns poços artesianos da cidade, localizada a cerca de 700 quilômetros de Salvador.

A denúncia surgiu com o relatório do Greenpeace divulgado no dia 16 de outubro. De acordo com a organização não-governamental que atua na área de meio ambiente. Das amostras coletadas, duas apresentaram contaminação. “Encontramos uma contaminação cinco vezes acima dos índices do Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente]” afirmou Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace, em entrevista à Agência Brasil.

O Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), coletou amostras de água em sete pontos de Caetité, no último dia 22 de outubro. De acordo com Wanderley Matos, diretor de monitoramento do órgão, dos poços analisados, um apresentou contaminação por urânio acima dos limites mínimos permitidos pela Resolução do Conama 357/05.

Embora a metodologia utilizada pelo Ingá tenha sido a mesma do Greenpeace, o Instituto encontrou contaminação em um poço diferente do apontado pela organização não-governamental que atua na área de meio ambiente.

“O poço que o Ingá lacrou está há cerca de 30 metros de um poço que nós analisamos e encontramos contaminação, isso indica que a região apresenta um quadro de contaminação” afirmou Lerer “A análise da presença de urânio na água é uma análise daquele momento, é normal apresentar resultados diferentes” completou.

O poço que apresentou contaminação por urânio era usado por cinco famílias do distrito de Juazeiro, no município de Caetité. Como precaução o Governo do Estado suspendeu o consumo de água desse poço e providenciou o fornecimento de água para as famílias através de carros-pipa. Segundo o Ingá, ainda não foi possível avaliar o causador da contaminação em Caetité.

As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) negam a contaminação das águas da região. O gerente regional da INB, Hilton Mantovani Lima, afirmou que a organização faz análises desde 1990 e que o Ingá usou normas de classificação de água como se fossem normas de consumo, “Para consumo humano se deve usar a norma 518 do Ministério da Saúde, a norma citada pelo Ingá é de classificação de águas” argumentou.

Segundo a representante do Greenpeace, o Conama foi usado por ser o órgão nacional responsável pelas normas e critérios relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente e, além desse código, foram usados parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Ingá informou que está fazendo novas análises e que um relatório conclusivo e detalhado dos laboratórios do Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro Mariani do Serviço Nacional da Indústria (Senai/Cetind) sobre a análise da água de Caetité será concluído ainda hoje. “Estamos fazendo novas análises que serão comparadas, mas isso não desclassifica nossa análise anterior”, afirmou diretor de monitoramento do órgão.



 


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