26 de Novembro de 2008 - 13h03 - Última modificação em 26 de Novembro de 2008 - 13h03
País acumula em dez meses superávit primário acima da meta para o ano
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A economia que a União, estados e municípios fazem para honrar compromissos financeiros, inclusive o pagamento de juros, o chamado superávit primário, chegou a R$ 14,472 bilhões, em outubro. No mês anterior esse valor era de R$ 10,005 bilhões. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Banco Central.
Em dez meses do ano, o superávit primário acumulou R$ 132,886 bilhões, o que corresponde a 5,60% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. No mesmo período, o pagamento de juros ficou em R$ 134,721 bilhões. Com os dois resultados, as contas públicas tiveram um déficit nominal de R$ 1,835 bilhões, equivalente a 0,08% do PIB. Esse valor é o mais baixo para o período desde 1992 (R$ 167 milhões).No mês, o pagamento de juros ficou em R$ 9,249 bilhões, o menor valor para outubro desde 2001, quando ficou em R$ 9,222 bilhões. No mês anterior esse valor foi de R$ 6,1 bilhões. De acordo com o BC, na comparação entre os meses, o volume de juros pagos foi reflexo do maior número de dias úteis de outubro e da menor desvalorização cambial, o que reduziu o impacto sobre os ativos indexados ao dólar e sobre as operações de swap cambial (contratos que trocam o rendimento em juros pela oscilação do dólar).
Como a economia foi suficiente para pagar os juros e sobraram recursos, foi registrado superávit nominal (receitas menos despesas) de R$ 5,222 bilhões, no mês passado, o melhor resultado para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1991. No mês passado, também foi registardo superávit nomimal de R$ 3,863 bilhões.
<!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } --> "Esse resultado é fruto de um bom resultado primário e também de uma menor carga de juros", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, a menor carga de juros deve-se a ganhos do BC com operações cambiais (swap) no valor de R$ 4,4 bilhões. "Isso se traduz em menor carga de juros para o setor público consolidado como um todo", disse Lopes.
A maior contribuição para o superávit primário no mês passado veio do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) que apresentou saldo positivo de R$ 14,466 bilhões, o maior para meses de outubro. Estados e municípios contribuíram com R$ 2,839 bilhões. As empresas estatais, entretanto, tiveram déficit primário de R$ 2,833 bilhões, o pior resultado para meses de outubro. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o resultado negativo das estatais deve-se ao pagamento de investimentos, tributos e royalties.
De janeiro a outubro, o governo central registrou superávit de R$ 95,343 bilhões; as empresas estatais economizaram R$ 8,583 bilhões e os estados e municípios, R$ 28,959 bilhões.
A meta de superávit primário para este ano ano é 4,3% do PIB, resultado da soma de 3,8% do PIB, mais R$ 14,2 bilhões (0,5% do PIB) para o Fundo Soberano do Brasil. Nos 12 meses fechados em outubro, o superávit primário chegou a R$ 127,922 bilhões (4,53% do PIB). O déficit nominal, de janeiro a outubro, ficou em R$ 31,093 bilhões, o que corresponde a 1,10% do PIB, o melhor resultado da série histórica do BC, iniciada em 1991.
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