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sexta-feira, 6 de março de 2009

Agência Brasil - América do Sul deve resistir a protecionismo para enfrentar crise, diz Marco Aurélio Garcia - Direito Público

 
5 de Março de 2009 - 21h43 - Última modificação em 5 de Março de 2009 - 21h43


América do Sul deve resistir a protecionismo para enfrentar crise, diz Marco Aurélio Garcia

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

 
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Brasília - Os países da América do Sul devem apostar na integração e resistir à tentação de impor barreiras comerciais para enfrentar a crise econômica, disse há pouco o assessor chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Em apresentação no seminário promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que debate a crise financeira internacional, o assessor afirmou que o fortalecimento da integração regional representa o melhor caminho para os países Latino-Americanos se contraporem à deterioração econômica internacional.

“A solução para enfrentar a crise é ampliar a integração e encontrar mecanismos que permitam resolver as desigualdades na região”, disse Marco Aurélio. “A integração tem de ser um projeto de desenvolvimento regional, que reduza as assimetrias.”

Os especialistas reunidos no painel que discute os impactos da crise no processo de integração latino-americana concordaram com a necessidade de resistir ao protecionismo (criação de barreiras comerciais) e ao fechamento de acordos bilaterais com os Estados Unidos e a União Européia. Eles porém advertiram que o modelo de integração precisa ser revisto.

Membro do Observatório Acadêmico do Centro de Formação para a Integração Regional do Uruguai, Gerardo Caetano disse que tanto o Mercosul como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) precisam encontrar uma agenda externa comum e um projeto de desenvolvimento de longo prazo, superando as questões ideológicas.

“Ao contrário do que se pensou, a eleição de governos progressistas em vários países da América Latina não acelerou a integração”, disse o professor. “Em 2006, o Uruguai esteve a ponto de firmar um tratado de livre-comércio com os Estados Unidos, mesmo com um governante de esquerda.”

Para o especialista, os países Latino-Americanos precisam ainda estar atentos para que o processo de integração não fique a cargo de líderes que usam a redução das desigualdades sociais para se promoverem e permanecerem no poder: “A integração não pode ser fruto do personalismo, mas de acordos responsáveis, que permitam o manejo conjunto dos recursos naturais e energéticos do continente”.

Professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, Jorge Beinstein disse que a América do Sul devem aproveitar a crise econômica para promover um novo modelo de desenvolvimento, que privilegie a economia popular. “O estímulo a pequenas empresas, a cooperativas é um caminho para que a gente desenvolva outro tipo de sociedade que sirva de exemplo para o mundo”, comentou.

Afirmando concordar com as observações dos especialistas, Marco Aurélio Garcia declarou que o Mercosul e a Unasul não devem ser pautados por pensamentos desenvolvimentistas, em que os governos ampliam o controle da economia, mas se isolam dos outros países.

“A crise está ensinando que o papel do Estado na economia precisa ser ampliado, mas isso não significa encontrar um novo nacionalismo desenvolvimentista”, disse Marco Aurélio Garcia.



 


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