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sábado, 21 de março de 2009

Agência Brasil - Arrozeiro também é brasileiro, diz indígena contrário à decisão do STF - Direito Constitucional

 
19 de Março de 2009 - 21h39 - Última modificação em 19 de Março de 2009 - 21h40


Arrozeiro também é brasileiro, diz indígena contrário à decisão do STF

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

 
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Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - Longe do Supremo Tribunal Federal (STF), no interior da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, um grupo de índios recebeu com revolta e indignação a decisão da Corte que confirmou hoje (19) a legalidade da demarcação da reserva em faixa contínua. Ligado aos produtores de arroz – que terão que desocupar a terra – o grupo considerou a decisão “lamentável”.

“Nós não concordamos com a retirada dos não-índios, porque antes de serem produtores eles são brasileiros. Os arrozeiros também são brasileiros, produzem para o Brasil, inclusive para os pratos do próprio ministro Carlos Ayres Britto; tenho certeza que ele também come arroz de Roraima”, afirmou o índio Macuxi José Brazão, ligado ao rizicultor Paulo César Quartiero, líder da resistência à demarcação contínua.

Aos prantos, a agricultora Lídia Cabral, que diz ter nascido e vivido na área em que a reserva foi demarcada – e agora vai ter que deixar a região – lamentou a decisão do STF e questionou a garantia de que os não-índios serão indenizados pelas propriedades.

“É uma injustiça. Decidem lá que a gente tem que sair, mas duvido que vão pagar nossos direitos. Eu nasci aqui, não é justo. Não tenho para onde ir”, afirmou.

O grupo acompanhou o julgamento por uma televisão com transmissão via satélite instalada em uma das casas da Vila Surumu, na entrada da terra indígena.

Após o anúncio final da decisão, as famílias que apóiam os arrozeiros disseram que, mesmo com a saída dos produtores, não pretendem se submeter às orientações do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que representa a maioria dos moradores da reserva e desde o ínicio do processo defendia a saída dos não-índios.

“Nós vamos continuar aqui. Não vamos nos submeter à Igreja Católica, nem aos caprichos do CIR ou do Cimi (Conselho Indigenista Missionário)”, disse Brazão.

Sobre a operação de retirada dos produtores de arroz e dos não-índios que vivem na terra indígena, o grupo defende a concessão de um prazo mínimo para a colheita do arroz já plantado, prevista para maio.




 


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