23 de Março de 2009 - 16h11 - Última modificação em 23 de Março de 2009 - 16h11
Crise não pode ser pretexto para abuso de poder econômico, diz presidente do Cade
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin, afirmou hoje (23) que a crise mundial não pode servir de pretexto para a prática de abuso de poder econômico por algumas empresas. Para ele, medidas como a formação de monopólios e cartéis e a criação de barreiras protecionistas só provocam o aprofundamento da crise.
Em entrevista no Rio de Janeiro, Badin disse que tais medidas, tomadas durante a crise mundial de 1929, só serviram para piorar a situação. “Interesses monopolistas e interesses protegidos por subsídios e barreiras sempre procuram, com um discurso legitimador baseado na crise, só perpetuar seus privilégios e seus poderes. Não quer dizer que isso vai acontecer, mas chamo a atenção para que a gente não caia no mesmo erro.”
Badin destacou, no entanto, que a crise até agora não gerou um número maior de fusões ou aquisições de empresas. Pelo contrário, o número deste tipo de operações foi até reduzido, disse ele.
“É curioso, na verdade, que o número de fusões e aquisições tenha caído, talvez porque todo mundo está esperando para ver qual é o horizonte, deixar o horizonte se abrir um pouco mais. Não dá para saber se vai aumentar ou se vai diminuir [o número de fusões].”
O Cade é o órgão federal responsável pela prevenção e apuração de abusos de poder econômico praticados no Brasil. Uma das funções do conselho é autorizar a fusão ou compra de empresas.
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