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domingo, 15 de março de 2009

Agência Brasil - Indústria dependente do crédito e do mercado externo foi a mais afetada pela crise no Rio - Direito Público

 
11 de Março de 2009 - 16h59 - Última modificação em 11 de Março de 2009 - 18h06


Indústria dependente do crédito e do mercado externo foi a mais afetada pela crise no Rio

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

 
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Rio de Janeiro - A crise financeira mundial, que levou à queda de 7,4% da indústria nacional no quarto trimestre de 2008, refletiu também de forma negativa sobre a indústria fluminense, afirmou hoje (11) à Agência Brasil o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Patrick Carvalho.

“A indústria do Rio tem sofrido bastante com problemas na captação de crédito e com o mercado internacional retraído, que dificulta as exportações industriais. Isso tem acarretado um enorme impacto sobre as encomendas industriais, ou seja, sobre a produção. E isso acaba refletindo no mercado de trabalho”, afirmou o economista.

Os setores mais penalizados pela crise no estado foram justamente os que mais dependem do crédito e do mercado internacional. São as indústrias automobilística, siderúrgica e metalúrgica, revelou Carvalho. “Elas têm o mercado internacional como grandes consumidores dos seus produtos”, explicou. A indústria de transformação teve queda de 18,6% em janeiro deste ano, destacando as variações negativas de 44,9% em metalurgia básica e 26,8% no setor automotivo.

As vendas da indústria fluminense caíram 7,38% em dezembro de 2008 em relação a novembro, acumulando em todo o ano passado alta de 9,72%, de acordo com os Indicadores Industriais da Firjan. Em janeiro, a retração das vendas foi de 19,7% na comparação com janeiro de 2008.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial fluminense caiu 13% em janeiro deste ano, em relação a janeiro de 2008. Em relação a dezembro do ano passado, houve retração de 1,6% na produção.

Segundo o economista, a crise afetou a indústria do Rio de Janeiro de maneira heterogênea. Ele deu como exemplo o caso da indústria da construção civil que se mantém forte, embora enfrente problemas de crédito. “Alguns setores sofreram mais do que outros. Mas, de qualquer forma, podemos dizer que não houve nenhum setor que pudesse sair ileso", observou Carvalho.

Em 2006, a indústria fluminense - que engloba as indústrias de transformação, extrativa e da construção civil - respondeu por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado em 2006, que somou R$ 303 bilhões. O dado é da Fundação Cide (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro).

A expectativa de Carvalho é que a crise afete ainda mais a indústria brasileira como um todo, no primeiro trimestre, sendo que o segundo trimestre também deverá ser difícil. Já para o segundo semestre, a previsão é de uma reação da indústria diante das perdas advindas da crise.

Na visão do economista, o mercado de trabalho continuará fraco e não repetirá as contratações registradas no início de 2008. “As demissões podem continuar. E a tendência de reversão, por enquanto, é baixa. Eu acredito que somente no segundo semestre poderemos ter um quadro melhor para o mercado de trabalho”, observou.

A previsão da Firjan para o crescimento do PIB neste ano é de até 2%, podendo permanecer no patamar atual. “O crescimento do PIB está bastante comprometido pela crise mundial. As incertezas são grandes e dificultam qualquer estimativa mais precisa.”



 


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