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quarta-feira, 11 de março de 2009

Agência Brasil - Polícia Civil investiga existência de grupo de extermínio em São Paulo - Direito Público

 
9 de Março de 2009 - 20h36 - Última modificação em 9 de Março de 2009 - 20h36


Polícia Civil investiga existência de grupo de extermínio em São Paulo

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

 
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São Paulo - A Polícia Civil encaminhou hoje (9) à Promotoria do Júri de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, um relatório final sobre a morte e decapitação de um deficiente mental, um dos fatos que deu início às investigações sobre a existência de um grupo de extermínio na Polícia Militar de São Paulo.

Outro documento de 63 páginas, denominado “relatório de investigação”, assinado por Ivan Jerônimo da Silva, chefe da equipe de investigadores do caso, e que resume o relatório final, aponta a participação no grupo de extermínio de um comerciante e de 14 policiais do 37º Batalhão da Polícia Militar, localizado na zona sul de São Paulo. Todos os policiais foram indiciados e estão presos no Presídio Militar Romão Gomes.

O grupo de extermínio recebeu o nome de Highlanders porque quatro corpos foram encontrados decapitados, em referência a série de filmes em que os guerreiros eram imortais e decapitavam seus adversários para permanecerem vivos eternamente. No relatório de investigação, os Highlanders são comparados ao Esquadrão da Morte, um grupo de extermínio que surgiu no final dos anos 60 no Rio de Janeiro e que “eliminava bandidos comuns”.

Segundo o delegado Pedro Arnaldo Buk, do setor de homicídios da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, também na Grande São Paulo, as investigações tiveram início em outubro, quando uma família denunciou o desaparecimento do deficiente mental Antonio Carlos Silva Alves, o Carlinhos.

“No dia 8 de outubro, uma viatura policial arrebatou essa vítima, deficiente mental, próximo à casa dela e seguiu para local ignorado. No dia seguinte, foi encontrado o cadáver dele, com cabeça e mãos cortadas para dificultar a identificação”, contou o delegado.

O corpo foi reconhecido pela família como sendo de Carlinhos. O reconhecimento foi feito com base nas roupas em que ele usava quando desapareceu e numa tatuagem em forma de teia de aranha que Carlinhos tinha no braço direito. Um exame de DNA comprovou, posteriormente, que o corpo encontrado pela polícia era mesmo de Carlinhos.

A partir da investigação da morte do deficiente, a polícia incluiu no caso o registro de outros três corpos decapitados, localizados pela polícia entre abril e maio do ano passado. “As vítimas eram de Capão Redondo e todas de vida marginal, menos o deficiente mental, que deu início a toda a investigação”, disse o delegado.

De acordo com Buk, também estão sendo investigados policiais que não tiveram participação direta nas mortes, mas que foram “omissos ou fizeram vista grossa ou foram coniventes” com o fato. A suspeita é de que outros policiais possam ter ajudado a acobertar os crimes adulterando, suprimindo ou manipulando documentos, tais como relatórios de patrulhamento. “O crime tem que ser reprimido porque senão se torna atrativo”, defendeu.

Segundo o Ministério Público estadual, há dois inquéritos em andamento: um civil e um militar. A promotora Eliana Passarelli ficará responsável pelo inquérito policial militar. Já o inquérito civil será acompanhado pelos promotores Salmo Mohmari Junior e Vilmar Pinto Correia.

Em nota, a Polícia Militar disse que os crimes estão sendo investigados tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria da PM e informa que outro inquérito policial foi instaurado para apurar o caso.

“Neste momento, qualquer manifestação é precipitada e pode prejudicar as investigações. Quando as apurações estiverem concluídas e se puderem apontar autores e individualizar responsabilidades, a Polícia Militar se manifestará”, diz a nota. A Polícia Militar divulgou que “tem o maior interesse na apuração e responsabilização dos autores de tão bárbaros crimes”.



 


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