10 de Março de 2009 - 20h48 - Última modificação em 10 de Março de 2009 - 20h48
Produzir alimentos para o mundo ficou mais difícil com a crise, diz FAO
Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O desafio de produzir alimentos para a população mundial se tornou mais difícil com a crise financeira e requer vontade política dos governantes tanto de países ricos quanto de emergentes, na avaliação do diretor-geral da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf.
Diouf manteve uma série de reuniões com o governo brasileiro ontem (9) e hoje (10) e voltou a defender que, para se acabar com a fome no mundo, é necessário que os países ricos invistam por ano US$ 30 bilhões. Somente assim, em 2050, de acordo com estimativas da FAO, seria possível alimentar os 9 bilhões de habitantes da terra. "O maior problema que temos no mundo é o de aumentar a produção e a produtividade tanto nos países ricos e nos países emergentes", disse.Para o diretor-geral da FAO, a questão da alimentação não se resume apenas a um problema econômico, ele também é político e está relacionado ao acesso às novas tecnologias de produção. “É necessário que se tenha um posicionamento político. A questão dos alimentos não é só uma questão econômia, mas também é uma questão ética.Um país pobre vai continuar sem acesso às tecnologias mais avançadas de produção", afirmou.
Giouf também falou sobre os atuais preços dos insumos que permecem altos, mesmo com a queda do barril do petróleo. "Não tem sentido em se manter o preço dos fertilizantes tão altos, se já não temos mais o preço do barril do petróleo tão alto como o praticado no ano passado. É curioso que o preço dos insumos aumentem ”, afirmou.
Essa é uma das discussões que a FAO pretende travar na Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar, em Roma, em novembro. Diouf arriscou-se em dizer que o encontro de novembro poderia se chamar “Fome Zero no Mundo”.
O objetivo da visita ao Brasil, de acordo com Diouf, foi conhecer os detalhes dos programas desenvolvidos pelo governo brasileiro na distribuição de renda, apoio à agricultura familiar e contra a fome, que, segundo ele, poderiam ser implantados em outros países. “O Brasil é exemplo na luta contra a fome porque colocou como política eleitoral o combate à fome”, disse, referindo-se ao Fome Zero.
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