13 de Março de 2009 - 20h30 - Última modificação em 13 de Março de 2009 - 22h18
Deputados criticam polícia e Conselho Tutelar pela atuação no caso de pedofilia em Catanduva
Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Deputados da Comissão de Representação da Assembléia Legislativa de São Paulo para acompanhamento da investigação sobre suposta rede pedofilia em Catanduva (SP) criticaram hoje (13) o trabalho da Polícia Civil e do Conselho Tutelar da cidade. “A polícia não fez um trabalho adequado, demorou na colheita de provas e não tratou as denúncias como deveria”, afirmou Vanderlei Siraque (PT), um dos quatro deputados que estiveram na cidade.
Junto com os também petistas Beth Sahão, Maria Lucia Prandi e José Candido, Siraque ouviu pela manhã as queixas de dez mães de supostas vítimas de abusos. Depois, todos os deputados reuniram-se com a juíza Sueli Juarez Alonso, responsável pelo caso.
Para Siraque, a juíza está fazendo um bom trabalho, porém precisa de “uma força”. Ele disse que a Polícia Civil está demorando muito para apurar as denúncias, que envolvem, principalmente, vítimas de famílias pobres e suspeitos da elite de Catanduva.
A deputada Beth Sahão, que é de Catanduva, reafirmou as críticas de Siraque. Segundo ela, a Polícia Civil chegou a descumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente, quando não permitiu que as mães das supostas vítimas acompanhassem o reconhecimento dos suspeitos.
Ela criticou também o Conselho Tutelar pela lentidão com que tem atuado no caso. “O Conselho Tutelar demorou demais para agir e não age como deveria”, disse.
Segundo ela, os deputados da comissão vão pedir uma audiência com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão, para pedir mais empenho da polícia. Também vão pedir ao Ministério Público que investigue a atuação do Conselho Tutelar.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que investiga as denúncias desde fevereiro, assim que tomou conhecimento dos primeiros relatos sobre os casos de abuso na cidade. Informou também que a Delegacia-Geral de Polícia (Deinter) de Piracicaba e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizarão uma força-tarefa para esclarecer o assunto.
Sobre a denúncia de descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, a secretaria informou que “as mães estavam no mesmo prédio [da delegacia] e, caso estivessem com os menores, poderiam influenciar no reconhecimento”.
A Agência Brasil tentou sem sucesso falar com o Conselho Tutelar de Catanduva.
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