Anúncios


sexta-feira, 13 de março de 2009

Agência Brasil - Operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvem até fevereiro 1.845 pessoas - Direito Público

 
12 de Março de 2009 - 06h42 - Última modificação em 12 de Março de 2009 - 06h42


Operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvem até fevereiro 1.845 pessoas

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

 
envie por e-mail
imprimir
comente/comunique erros
download gratuito

Rio de Janeiro - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda,  registra somente este ano, até o dia 28 de fevereiro, 227 relatórios elaborados a partir de 4.042 comunicações de operações suspeitas de crimes de lavagem de dinheiro, envolvendo o nome de 1.845 pessoas físicas e jurídicas.

Criado para ser a unidade de inteligência financeira (UIF) no combate à utilização do sistema financeiro para lavagem de dinheiro ilícito, o Coaf completou dez anos de atuação em 2008. No ano passado, o conselho fez 1.431 relatórios, resultantes de  44.814 comunicações sobre operações suspeitas de lavagem de dinheiro, que listaram nomes de 12.210 pessoas físicas e jurídicas.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues,  disse que as comunicações continuam chegando ao órgão em ritmo crescente. “Os volumes são espantosos”.

Rodrigues participa hoje (12) do 5º Fórum Nacional de Prevenção a Crimes Econômicos, organizado pela Associação e Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro.

No período de 2003 a 2006, o número de envolvidos em operações suspeitas mais do que triplicou. Em 2003, o Coaf fez 521 relatórios vinculados a 1.344 comunicações de operações suspeitas, envolvendo nomes de 3.200 pessoas. Em 2006, o total de relatórios subiu para 1.169, envolvendo 27.305  comunicações e  11.106 pessoas.

Em 2007, o número de relatórios foi de 1.555. “Em 2007, a gente teve um crescimento grande na quantidade, mas, em  2008, os relatórios foram mais pesados, tinham mais informações e maior número de pessoas envolvidas”, afirmou o presidente do Coaf.

As instituições estão mais atentas a qualquer indício de crime de lavagem de dinheiro e enviam mais suspeitas ao Coaf, acrescentou. Entre 1998 e 2007, o conselho recebeu dos bancos 63.964 comunicados de indícios de irregularidades. Em 2008,  foram 17.389. Segundo Rodrigues, esse número vem crescendo todo ano, devido ao aperfeiçoamento das instituições.

O presidente do Coaf destacou também  o relacionamento do conselho com outros órgãos, por meio do Sistema Eletrônico de Intercâmbio (SEI). Além de produzir relatórios, o conselho recebe ofícios de entidades, a cujos bancos de dados não tem acesso. Em 2003, o sistema registrou 471 ofícios. No ano passado, esse número subiu para 2.252.

O Coaf  trabalha como interface entre o setor privado e entidades de natureza policial e investigativa. Isso significa que quando o órgão verifica que a suspeita de irregularidade é procedente, o caso é encaminhado para investigação ao Ministério Público, à Polícia Federal ou à Receita Federal.

Ele advertiu, porém, que nem toda movimentação está relacionada a um crime. “Muitas vezes, se trata apenas de uma operação que foge ao padrão do mercado e que, por isso, chama a atenção”.

As chamadas Unidades de Inteligência Financeira (UIFs) foram criadas pela Convenção de Viena, em 1988, quando os governos perceberam que  uma ferramenta importante para o combate à lavagem de dinheiro era privar o infrator do produto do crime. A chamada lavagem  de dinheiro consiste na utilização de mecanismos legais para dar uma explicação lícita ao dinheiro oriundo de crimes como tráfico de drogas, contrabando, terrorismo e  corrupção. As UIFs podem ser administrativas, como o Coaf, e policiais.


 

 



 


Agência Brasil - Operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvem até fevereiro 1.845 pessoas - Direito Público

 



 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário