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quinta-feira, 19 de março de 2009

Agência Brasil - Missão do Haiti visita Amazonas para conhecer serviços de atendimento à mulher - Direito Público

 
18 de Março de 2009 - 16h15 - Última modificação em 18 de Março de 2009 - 16h15


Missão do Haiti visita Amazonas para conhecer serviços de atendimento à mulher

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil

 
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Manaus - Uma comitiva de policiais e representantes da área de saúde e do governo do Haiti está no Brasil para conhecer estratégias e serviços de tratamento e apoio a adolescentes e mulheres vítimas de violência sexual e doméstica. Um grupo chegou hoje (18) a Manaus para avaliar projetos e serviços locais de proteção à mulher, enquanto outros integrantes da missão visitam no Rio de Janeiro as Delegacias da Mulher, para saber como funcionam.

A visita é resultado de parceria entre os governos do Brasil e do Haiti na área da saúde. A cooperação técnica internacional entre os dois países existe desde 2005. Desta vez, os haitianos vieram buscar informações sobre o atendimento e o tratamento das mulheres que sofrem com a violência sexual e doméstica.

Considerado referência nacional no atendimento a vítimas de violência, particularmente mulheres, crianças e adolescentes, o Amazonas foi, por isso, indicado pelo Ministério da Saúde ao governo do Haiti. Segundo a assistente técnica da área de Saúde da Mulher do ministério, Cláudia Araújo, os haitianos também vão assistir a diversas palestras para entender como os estados brasileiros se organizam nessa rede de atendimento e visitar projetos onde são acolhidas vítimas desse tipo de violência. Todas as visitas feitas pela comissão haitiana serão acompanhadas por representantes dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores e das secretarias Especial de Políticas para as Mulheres e de Saúde de Manaus e do Amazonas.

Cláudia destacou que os números da violência sexual contra a mulher são preocupantes em todos os estados brasileiros. “No caso do Amazonas, contudo, a organização dos serviços se coloca de forma diferenciada em comparação com outros estados. É uma rede que funciona de forma organizada, não só a partir do setor saúde, mas também de todo o conjunto de instituições que atendem e acolhem as vítimas de violência. Por isso, é um bom espaço para ser apresentado a pessoas de outros países”, resumiu.

A médica legista haitiana Marjorie Joseph, que integra a comitiva, disse que a violência contra mulheres é um processo instalado em seu país. Segundo Marjorie, o governo não tem números precisos sobre essa questão, mas muitas mulheres são abusadas sexualmente todos os dias no Haiti.

Marjorie Joseph afirmou que um dos desafios para o Haiti é a formação de redes voltadas para essa problemática. “A violência sexual contra mulheres, infelizmente, se intensifica em nosso país. Essa troca de experiência com o Brasil vai nos ajudar a melhorar nossas ações para combate e tratamento às vítimas. Queremos organizar nossas delegacias e ter também uma rede eficaz para apoio às mulheres vítimas de violência.”

Além dos serviços de assistência em delegacias, postos de saúde e maternidades, o Amazonas faz monitoramento permanente dos casos de violência nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Para registrar esses dados, ao atender as vítimas, os profissionais de saúde preenchem uma ficha de notificação, que, por sua vez, está inserida em um programa de vigilância e acidentes do governo federal.

Do total de 828 casos de violência registrados no ano passado, 660 foram em mulheres e mais da metade deles, de violência sexual. As meninas entre 10 e 14 anos estão entre as maiores vítimas. Para reverter esse quadro, os governos federal e do Amazonas vão implantar a Rede de Proteção à Violência Doméstica e Sexual. Dez municípios do estado serão diretamente beneficiados, entre eles a capital, Manaus, e São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Parintins e Coari.






 


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